Agências de classificação ganharão concorrente russo-chinesa

Foto: AP

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Agência de classificação de risco chinesa Dagong anunciou a criação de uma joint venture com a russa Russ-Rating e a norte-americana Egan-Jones Ratings. Nova instituição, chamada Universal Credit Rating Group, quer competir nos países do Brics com as três principais agências de classificação do mundo (Moody's, Fitch e Standard&Poor's).

O comunicado divulgado pela chinesa Dagong, a maior agência de classificação de risco do Sudeste Asiático, afirma que a nova agência será uma entidade independente e não representará os interesses de nenhum dos países envolvidos.

“O sistema internacional de classificação de risco não apresenta a mesma eficácia de antes. Para resolver essa situação, é necessário criar uma instituição completamente nova”, diz o documento.

O diretor-geral da Russ-Rating, Richard Hainsworth, não fez comentários sobre o acordo. Já o diretor administrativo da Egan-Jones Ratings, Bill Hassipen, disse, em entrevista ao jornal russo “RBC Daily”, que a ideia é criar uma aliança estratégica, e não unir as três agências.

“Todos continuarão funcionando separadamente, embora realizando ações de marketing conjuntas. Vamos oferecer a nossos clientes os serviços de outros membros da aliança”, salientou Hassipen.

O diretor da Egan-Jones Ratings também disse que os compromissos específicos das partes ainda não foram assinados. “Optamos pela China e pela Rússia porque ambos os países são mercados emergentes e pouco conhecidos”, disse Hassipen.

Um dos objetivos paralelos da nova instituição é diminuir a importância global do grande trio norte-americano, composto pela Moody's, Fitch e Standard & Poor's, ultimamente muito criticadas pelas consequências da crise da dívida de 2008.

A nova aliança também planeja se tornar a principal classificadora de riscos para os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), motivo pelo qual o diretor da agência nacional de classificação de risco na Rússia, Víktor Chetverikov, não descarta que a empresa chinesa esteja interessada na agência russa para consolidar sua posição em meio aos países do grupo.

“Não encontro sinais de fusão nessa aliança, mas sinais de aquisição dos outros integrantes pela agência chinesa. Não pode ser que, nessa tríplice aliança, todos os integrantes tenham direitos iguais”, acrescenta o diretor-geral-adjunto da agência de classificação independente Expert-RA, Pável Samiev.

Publicado originalmente peloRBC Daily 

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