Foto: TASS
Os britânicos irão vender sua participação de 50% na TNK-BP à Rosneft por US$ 28 bilhões. Parte desse montante será recebido em dinheiro, e a outra parte, em ações (20%) da empresa estatal Rosneft, segundo informações do jornal britânico “Financial Times”.
Os outros 50% serão comprados do grupo russo AAR, mas os detalhes da transação ainda não foram divulgados.
A pedido do jornal “Kommersant”, o analista de petróleo e gás do banco Raiffeisenbank, Andrêi Polichuk, fez algumas considerações sobre o assunto.
Kommersant:Você acredita que a Rosneft pode chegar a acordo com os acionistas russos e britânicos?
Andrêi Polichuk: A Rosneft pode escolher entre comprar 100% das ações ou apenas 50%, bem como de quem comprar esses 50%. Mas não acredito que a petrolífera russa vá adquirir 100% das ações em dinheiro. Se a Rosneft pagar sua compra em dinheiro e não em ações, terá sua dívida triplicada.
Por outro lado, o governo pode não permitir usar as ações da Rosneft para pagar a compra, porque a participação oferecida é grande e poderia ser usada para a troca de ações com um parceiro estratégico, por exemplo, com a própria BP. Nesse caso, a Rosneft obteria acesso a mercados internacionais.
K:Estima-se que o valor da operação varia entre US$ 20 e US$ 60 bilhões. Essas estimativas são reais?
A.P.: Segundo os acionistas russos, a empresa inteira custa cerca de US$ 56 bilhões. Acho que esse preço é aceitável na situação atual e é, evidentemente, um pouco mais alto do que o vigente no mercado. Mas a Rosneft poderia pagá-lo. Se a BP ficar na empresa, as tecnologias também ficarão, e o retorno do investimento poderia acontecer em sete ou oito anos.
K.:Você concorda com o ministro da Energia russo, Aleksandr Novak, quando ele diz que a compra da TNK-BP pela Rosneft não levará à monopolização do mercado?
A.P.: Para dizer a verdade, nada de especial acontecerá no mercado russo porque a Rosneft sempre teve prioridade na obtenção de licenças para a exploração das jazidas estratégicas. Acho que, no mercado de varejo, a relação de forças também não sofrerá grandes mudanças. O principal é que a Rosneft ganhará uma posição importante no mercado internacional.
K.: Então podemos dizer que a consolidação do acordo será bastante vantajosa para a Rosneft?
A.P.: Suas capacidades vão definitivamente aumentar, mas também seu endividamento. Portanto, a empresa deverá canalizar parte de seus recursos para a amortização da dívida.
Publicado originalmente pelo jornal Kommersant
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