Roscosmos anuncia pesquisas em Vênus

Superfície do planeta Vênus Foto: NASA

Superfície do planeta Vênus Foto: NASA

Rússia retoma projetos científicos de grandes proporções no espaço distante e foca, em primeiro lugar, o estudo dos planetas do Sistema Solar.

Durante o Terceiro Simpósio Internacional de Pesquisas do Sistema Solar, realizado no início de outubro em Moscou, o diretor da agência espacial russa Roscosmos, Vladímir Popóvkin, anunciou a realização de pesquisas detalhadas sobre Vênus à distância e no local de 2020 a 2025.


“Agora estamos realizando trabalhos científicos para concretização desse projeto. O lançamento deve ser feito nesse período de cinco anos”, declarou Popóvkin na ocasião.


O objetivo final do programa “Venera-D” (Vênus-D) é lançar uma estação interplanetária automática em meados da próxima década. A estrutura vai coletar informações sobre a dinâmica e a composição da atmosfera do planeta e as características geológicas de sua superfície.


Para impulsionar o projeto, foi criado um grupo de cientistas internacionais com base na comunidade formada em torno da sonda europeia “Venera-Express” e do European Venus Explorer (EVE).


O aparato para pesquisa no planeta contará com um aparelho orbital, um subsatélite, uma ou duas sondas aerostáticas e um aparelho de pouso de longa duração.


No decorrer de uma hora, a estação de pouso terá de vencer a resistência da atmosfera de Vênus e de sobreviver ainda, no mínimo, mais duas horas na superfície do planeta, onde a temperatura é de 475 °C.


A sonda orbital deverá permanecer em órbita por, pelo menos, três anos, investigando os vapores da atmosfera por meio de um pequeno satélite.


Segundo os cálculos dos cientistas, se tudo correr como planejado, saberemos por que em Vênus se extinguiu a água que poderia ter sido fonte de formas de vida. É justamente por isso que a Estação Interplanetária Automática será equipada com um complexo orbital e de pouso.


Levando em conta a elevada complexidade técnica do projeto e a necessidade de renovação da tecnologia industrial para desenvolvimento do aparelho de pouso, o lançamento do projeto “Venera-D” não pode ser planejado para antes de 2024.

 

O desenvolvimento e a montagem do “Venera-D” faz parte do programa espacial federal para o período de 2006 a 2015. O projeto de lançar a estação interplanetária automática (EIA) a Vênus, contudo, já é parte de uma estratégia russa de longo prazo para desenvolvimento da cosmonáutica.


Jornadas interplanetárias


A “Venera-D” será a primeira sonda vertical lançada pela Federação Russa depois da dissolução da URSS. Mas nos planos da Academia de Ciências da Rússia há também programas que vão mais longe, com pesquisas até em Mercúrio.


De acordo com os projetos, o aparelho “Merkuri-P”, em fase de desenvolvimento, pode começar a ser lançado até Mercúrio na terceira década do século. Se tal programa se concretizar, a sonda russa será a primeira na história a pousar na superfície do planeta.


Os cientistas russos estão se dedicando à elaboração preliminar desse projeto e já criaram a concepção do aparelho de pouso e a composição do complexo científico.


Porém, no final de 2014, muito antes do pouso da sonda russa em Mercúrio, o aparelho europeu BepiColombo, com equipamentos russos a bordo, será lançado em direção ao planeta.

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