Rússia fará sua própria versão da classificação internacional de universidades

Foto: RIA Nóvosti / Ramil Sitdikov

Foto: RIA Nóvosti / Ramil Sitdikov

O objetivo da iniciativa do Ministério da Educação e Ciência é aumentar a presença das universidades russas na classificação internacional.

O ministro da Educação, Dmitri Livanov, havia anunciado que “não exclui a possibilidade de criação de uma classificação das principais universidades russas”. As primeiras versões seriam divulgadas no ano que vem. Andrei Barkin, diretor do Centro de Estudos da Educação da Escola de Negócios “Skôlkovo”, confirmou as informações recebidas no ministério. O centro também trabalha com essa orientação.

 

“Prevemos a criação de um sistema russo de classificação de universidades que será divulgado em estabelecimentos de ensino superior de todo o mundo. Essa iniciativa estava sendo estudada ainda antes da campanha presidencial de Vladímir Pútin, que exigia o ordenamento do setor universitário para o aumento da qualidade”, disse Barkin. “Nós resolvemos entender melhor o que é, em princípio, a qualidade do ensino superior e como ela pode ser desenvolvida”, completou ele.

 

As classificações internacionais

Existem hoje três grandes classificações internacionais de universidades: o QS World University Rankings, o Times Higher Education (realizado pela revista “The Times” junto com a Thomson Reuters, uma das agências de análise de informações mais importante do mundo) e a Classificação Acadêmica das Universidades Mundiais, feita pelo Instituto de Ensino Superior da Universidade Jiao Tong de Xangai. Em nenhuma delas, as universidades russas ocupam posições elevadas.

O diretor do centro declarou ter sido tomada a decisão de “não reinventar a roda” e de começar a partir da experiência mundial existente e das recomendações de especialistas estrangeiros e russos que se baseiam nela para então formular a versão nacional.

 

Os especialistas entrevistados pelo jornal Izvéstia apoiam a iniciativa de adoção da classificação internacional nas universidades russas. Na opinião deles, ela mostrará de modo mais “claro” o nível dos estabelecimentos de ensino superior do país.

 

Nikolai Kudriavtsev, reitor da Universidade de Física e Matemática de Moscou, explicou que esse passo expressa a aspiração de entrar nas classificações já existentes. “As universidades russas estão tentando entrar na classificação internacional e todas as forças são orientadas para isso. Em princípio, qualquer classificação tem um fundamento político. A classificação russa será um avanço para as universidades do país porque assim elas terão maior atenção”, diz Kudriavtsev.

 

Anatoli Aleksandrov, reitor da Universidade Técnica Estatal Bauman de Moscou, apoiou as palavras do colega de que essa ação tem um “caráter político”.

 

“Aqui surge o seguinte dilema: se a nossa classificação for muito diferente da ocidental, ninguém lhe dará valor; por outro lado, se apenas repetir o que já existe, então será desnecessária. Mas há um aspecto importante. Nenhuma das classificações existentes hoje reflete completamente as informações das universidades russas. Se tivermos uma ‘agência de classificação de universidades’ e se ela posicionar de modo correto os estabelecimentos russos de ensino superior, apresentando informações corretas sobre eles, a atenção das classificações ocidentais será outra, disse Aleksandrov.

 

A respeito de questões políticas, o reitor da Universidade Técnica Bauman afirmou que na Rússia atual essas “entrelinhas” estão por toda parte, mas não vale a pena politizar as classificações; o melhor é cooperar ativamente com as agências classificatórias para promover as universidades russas.

 

“Cada um tem seus próprios ‘óculos’ e vê as diversas situações de modo particular. Nas outras classificações, as universidades são fortes por um motivo, entre nós, por outro. Aqui é preciso avaliar de modo ótimo e objetivo os vários aspectos das diversas universidades”, declarou Aleksandrov.

 

Artigo originalmente publicado em russo: http://izvestia.ru/news/537277#ixzz28tU7nq4u

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