O K-159 afundou em 2003 no mar de Barents, quando o rebocavam para reciclagem. Foto: wikimedia.org
Dois submarinos atômicos afundados, o K-27 e o K-159 da Frota do Norte, serão içados e reciclados em terra. Segundo informações de uma fonte do Ministério da Defesa ao jornal “Izvéstia”, esse ponto foi incluído no projeto “Estratégia de Desenvolvimento da Zona Ártica da Federação Russa”.
O submarino K-27 está no fundo do mar Cáspio desde 1980. O K-159 afundou em 2003 no mar de Barents, quando o rebocavam para reciclagem. O primeiro, numa profundidade de 75 m, não apresenta grandes dificuldades para içamento, mas a situação do segundo é mais complexa. Ninguém sabe com exatidão a profundidade em que se encontra, algo entre 170 m e 250 m.
“Foi examinado uma série de medidas para limpeza dos mares polares. Além dos submarinos afundados, será dada especial atenção à eliminação de resíduos perigosos de equipamentos militares deixados na Terra de Francisco José [arquipélago polar entre o mar de Barents e o oceano Glacial Ártico], nas ilhas de Novossibirsk, na ilha Beli etc.”, informou a fonte que preferiu não se identificar.
Outra fonte, do Estado Maior da Frota da Marinha, disse ao jornal “Izvéstia” que as forças e os recursos técnicos russos não são suficientes para operações de tamanha dimensão. Para erguer embarcações que se encontram a grandes profundidades são necessários navios especiais de apoio a mergulhadores, rebocadores, barcas e lanchas com sistema de guindaste. A experiência de içamento do Kursk 11 anos atrás mostrou que a Rússia não tem condições de garantir toda a parte técnica sozinha. Na época, os trabalhos básicos foram realizados pela empresa holandesa Mammoet.
“Até hoje não temos as embarcações necessárias. Logo após a tragédia do submarino Kursk, a Frota adquiriu da Grã-Bretanha cinco aparelhos Venom, que submergem a grandes profundidades sem piloto, e agora eles serão substituídos por três Gavia islandeses de tecnologia avançada. Eles conseguem realizar operações específicas com seu complexo de instrumentos hidráulicos, como brocas, perfuradores e serras, mas são aparelhos de busca e salvamento, não de içamento”, disse o entrevistado.
Ele explicou que a Frota da Marinha Russa praticamente não possui pessoal especializado para trabalhos em grandes profundidades. Por isso, será necessária a abertura de uma licitação internacional entre empresas especializadas dos EUA, Holanda, França e Coreia do Sul.
Um representante da holding Corporação Industrial Reunida considera que os requisitos de içamento do K-27 e do K-159 podem ser atendidos por uma série de empresas russas, inclusive pela Corporação de Construção Naval Reunida. “Porém, ninguém pode dizer o preço e o prazo de realização dos trabalhos sem saber os parâmetros da solicitação. Içar a embarcação inteira é uma coisa, serrá-la no fundo do mar e erguer as partes é outra”, explicou o representante da indústria da defesa.
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