Sistema de mísseis antiaéreos Pancir. Foto: mil.ru
A Rússia vai vender ao Iraque 42 sistemas de mísseis antiaéreos Pancir e 30 helicópteros Mi-28, no valor total de US$ 4,3 bilhões. O contrato, estabelecido durante a recente visita a Moscou do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, é o primeiro acordo entre a Rússia e o Iraque desde a invasão do último pelos EUA.
Parceria antiga
Até o início dos anos 90, as relações comerciais entre a URSS e o Iraque se baseavam na venda e compra de armas. Especialistas estimam que, em um período de 30 anos, o Iraque comprou da URSS equipamentos militares no valor de US$ 30,5 bilhões e recebeu cerca de 60 licenças para a produção de armas. Além disso, pouco antes da guerra de 2003, os Estados Unidos acusaram a Rússia de fornecer clandestinamente armas ao Iraque.
Os especialistas acreditam que o Iraque tem vários motivos para preferir armas russas às norte-americanas. Além de os militares locais estarem acostumados às armas russas, os preços oferecidos pela Rússia são bastante competitivos.
“O Iraque, como todos os países que compram armas em diferentes países, quer obter algumas garantias e apoio político de outros países. O atual governo de Bagdá tem várias críticas à política americana no Oriente Médio”, salienta Dmítri Trênin, chefe do Centro Carnegie de Moscou, apontando outro motivo para a decisão iraquiana.
Os especialistas reiteram que a solicitação de compra feita pelo governo iraquiano traz grandes benefícios para Moscou, sobretudo após a queda do comércio de armas gerada pela Primavera Árabe. Em 2010, a Rússia detinha 23% do mercado mundial, percentual que caiu para 6% no ano seguinte.
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