Foto: mil.ru
Contingentes das forças armadas dos seis países da OTSC (Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tadjiquistão) estão preparando uma operação de manutenção de paz e segurança coletiva.
Não é por acaso que o sul do Cazaquistão foi escolhido para realização das manobras da OTSC. A ameaça de conflito além dos limites do Afeganistão após a retirada das tropas da Otan e o risco de conflitos étnicos nas repúblicas da ex-União Soviética são motivos de preocupação e reforço das capacidades militares da organização regional.
“O papel da OTSC está aumentando no contexto da retirada de tropas. Isso pode gerar mudanças significativas tanto no Afeganistão como na ex-União Soviética”, ressalta o especialista militar e editor-chefe da revista Natsionalnaia Oborona (Defesa Nacional, em português), Ígor Korotchenko.
O especialista acredita na possível exportação do extremismo islâmico do Afeganistão e na transferência de combates dos talibãs e outros grupos radicais islâmicos, como a Al Qaeda, para as repúblicas da Ásia Central da ex-União Soviética.
O desejo de Moscou de fortalecer a OTSC apresenta-se, ainda, como um desdobramento natural dos acontecimentos, declara outro especialista militar, Konstantin Bogdanov.
“Os militares russos veem a Ásia Central como a região com maior probabilidade de exportar ameaças de grupos islâmicos para a Rússia”, afirma Bogdanov. “Com isso mente, o fortalecimento militar do bloco OTSC é uma prioridade.”
Um dos principais problemas do grupo continua a ser uma grave lacuna nas capacidades militares dos seus membros. Enquanto a Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão estão mais bem estruturados militarmente, a Armênia, Quirguistão e Tajiquistão necessitam de um reforço extra.
Acredita-se que os exercícios conjuntos permitirão elevar o nível de formação militar dos exércitos de parceiros da Rússia na OTSC. No entanto, para melhorar a prontidão de combate desses exércitos seria também preciso modernizar o equipamento militar disponível nessas regiões.
Originalmente publicado no site Voz da Rússia
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