Foto: TASS
Elena Krijanovskaia, 61, disse ter ido a um banco na região central de Moscou no dia 22 de setembro, onde retirou 50 mil rublos de sua conta. Quando voltou para casa, escondeu as 10 notas de 5 mil rublos debaixo de seu travesseiro, onde permaneceram por dois dias.
“Tenho um medidor doméstico de radiação. Comprei por acaso há algum tempo para checar os produtos agrícolas”, contou Krijanovskaia. “Quando liguei o aparelho, percebi que o nível radiação no ambiente estava altíssimo. Comecei então a andar pelo apartamento e descobri a fonte do problema.”
A mulher chamou os trabalhadores de emergência, que determinaram os níveis de radiação como 20 mil vezes superiores aos índices normais, isto é, comparáveis às doses recebidas após acidentes em usinas nucleares.
No verão de 2010, 380 notas de valores diversos foram contaminadas com Iodo-131. A meia-vida do isótopo é de oito dias, e o dinheiro não foi considerado uma ameaça para as pessoas. Uma vez que todas as notas naquela ocasião foram descobertas em uma única cidade, os especialistas assumiram que o dinheiro tinha sido colocado em circulação somente na região afetada. Porém, pequenas quantidades de dinheiro radioativo aparecem com certa regularidade. Na última dezena de setembro, os peritos da Radon, empresa de manutenção de serviços radioterápicos, identificaram várias notas contaminadas, que foram prontamente destruídas.
Peritos foram então chamados ao apartamento para examinar o dinheiro. A intensidade de radiação era 8,2 Ra por hora, quando o nível normal de radiação ambiente gira em torno de 10 e 20 micro Ra por hora.
Os peritos também confirmaram que apenas as notas estavam produzindo radiação. Depois de ser colocado em um contêiner de chumbo, o dinheiro foi levado para um depósito temporário de resíduos nucleares.
“Por enquanto não sinto que minha saúde foi afetada de nenhuma maneira”, disse Krijanovskaia. “Mas ando muito nervosa”, continuou a aposentada.
Krijanovskaia também afirmou estar preocupada com o prazo para devolução de seu dinheiro, motivo pelo qual irá escrever uma carta para a Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) com a intenção de obter a quantia de volta, além de uma compensação por danos morais e físicos.
O banco declarou que não faz ideia da procedência do dinheiro radioativo. “Suspeitamos que possa ter vindo de uma organização envolvida com materiais nucleares”, disse o presidente da Associação de Bancos Regionais, Anatóli Aksakov.
Outra possibilidade é que o dinheiro tenha sido recebido de uma instituição médica que lida com equipamento de raio-X.
http://www.themoscownews.com/local/20121002/190307292.html
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