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O comandante da FAR, tenente-general Víktor Bôndarev, disse na noite da última quarta-feira (26) que, a partir de agora, o comando não vai permitir mais voos a baixas altitudes sobre rodovias.
“Quando vi tudo isso pela televisão, como comandante da FAR, queria punir imediatamente os culpados e repor a ordem”, confessou o general.
Trata-se de dois incidentes flagrados nas últimas semanas por câmeras instaladas em automóveis. Os vídeos postados no YouTube geraram uma calorosa discussão na internet.
No primeiro deles, a câmera flagrou um helicóptero Mi-8 “ultrapassando” outros veículos pela contramão. Já no segundo vídeo, é possível ver um bombardeiro de Su-24 “vindo no sentido oposto”.
“Não permitiremos que episódios semelhantes aos ocorridos nas Regiões Militares Central e Meridional se repitam no futuro”, reiterou Bôndarev, acrescentando, entretanto, que a FAR não deixará de treinar voos rasantes em outras localidades.
O plano de exercícios com aviões Su-24 e helicópteros Mi-8 prevê voos a uma altitude extremamente baixa de até 50 metros e exige elevada atenção e concentração da tripulação e treinamentos constantes.
O general comentou ainda que, em uma batalha de verdade com reação intensa da defesa antiaérea inimiga, essa manobra pode salvar a aeronave e a vida da tripulação.
Rasante pelo mundo
O problema dos voos rasantes em regiões densamente povoadas existe há muito tempo. Nos anos 80, por exemplo, a situação na Europa Ocidental chegou ao extremo.
De acordo com o plano de treinamento dos pilotos da Força Aérea da Otan, cada piloto militar devia cumprir uma carga horária de voo de 50 a 90 horas por ano, enquanto a carga horária dos pilotos da aviação de assalto nos EUA era de 125 horas de voo por ano.
Como a Europa Ocidental tinha grande densidade populacional e carecia de espaços para o treinamento, os voos de treino da Otan provocaram grandes protestos. O cronograma de voos teve que ser revisto e as forças aéreas nacionais passaram a enviar seus pilotos para treinos em outros países e, assim, acalmar a população local.
Outra história inusitada aconteceu recentemente no Brasil. Durante a cerimônia da troca da bandeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 1º de julho deste ano, um caça Mirage 2000 da Força Aérea Brasileira (FAB) deu um rasante a uma velocidade próxima à do som, provocando ondas de choque que quebraram os vidros da fachada do Supremo Tribunal Federal.
Konstantin Bogdânov é comentarista militar da agência RIA Nóvosti
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