Influência estrangeira domina internet russa, aponta relatório

Foto: TASS

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A Fundação de Desenvolvimento da Sociedade Civil, liderada pelo ex-chefe de política interna da administração presidencial, Konstantin Kostin, publicou um relatório alertando sobre a interferência internacional no segmento russo da internet e o papel da rede nas próximas eleições do país.

Os autores do documento sugerem que, com a crescente confiança dos russos nas informações disponíveis na internet, a rede irá desempenhar um papel fundamental nas próximas eleições parlamentares e presidenciais, em 2016 e 2018.

“A internet se tornará a fonte básica de informações para os russos nos próximos anos”, diz o documento.

“Se a confiança dos cidadãos na rede como principal fonte de informação continuar crescendo, podemos seguramente afirmar que as eleições para a Duma de Estado [câmara baixa do parlamento russo] em 2016 e, sobretudo, a eleição presidencial de 2018, acontecerão em uma nova realidade da informação, onde o principal papel será desempenhado pela internet”, continua.

Os autores do relatório apontam para o rápido aumento da aceitação e alcance da rede, bem como para a crescente e progressiva inclusão de pessoas mais velhas nessa esfera e para o fato dos usuários não enxergarem mais a internet como um recurso unicamente voltado ao entretenimento.

Poderio norte-americano

Além disso, o estudo também expõe a expansão ativa dos serviços norte-americanos no mercado russo.

Atualmente, considerando a média de visitas diárias, cinco dos principais atores da internet russa não são sites nacionais – Google, YouTube, Wikipédia, Facebook e Twitter.

“Se essa tendência for perpetuada, a maior parte da internet russa poderá, em alguns anos, ser controlada por serviços estrangeiros, alocados em servidores fora do país e registrados em domínios estrangeiros”, revela o documento.

Pouca liberdade

A organização sem fins lucrativos norte-americana Casa da Liberdade publicou um ranking dos países com maior liberdade on-line. A Estônia, os Estados Unidos e a Alemanha encabeçaram a lista, enquanto a Rússia ocupou o 30o lugar entre os 47 países examinados.

Embora a internet seja bastante disseminada na Rússia, os jornalistas geralmente sentem a pressão das autoridades.

Em 2011, 49% da população teve acesso à rede, em comparação aos 18% em 2006. Entretanto, em algumas regiões, como o Extremo Oriente russo, Sibéria, Sakhalin e Cáucaso do Norte, a internet ainda é um meio pouco difundido.

Os provedores de acesso à rede são normalmente encorajados pelos procuradores a remover materiais antes de audiência em tribunais, o que estimula a autocensura, aponta o relatório.

A Rússia foi ultrapassada pelo Quênia (13o lugar), Nigéria (15o) e Uganda (17o). Os vizinhos russos Ucrânia e Bielorrússia ocuparam a 12o e 37o posições,  respectivamente.

A Estônia é um dos mais países com maior desenvolvimento tecnológico do mundo, segundo a organização norte-americana, disponibilizando uma espécie de “governo on-line”.

Os Estados Unidos ficaram com o segundo lugar, pois, mesmo com mais pessoas conectadas à internet, as tarifas e velocidades são geralmente piores do que em outros países.

O top 10 é também composto pela Austrália, Hungria, Itália, Filipinas, Reino Unido, Argentina e África do Sul.

Uzbequistão, Síria, China, Cuba e Irã foram os países que receberam pior colocação na ranking.

Originalmente publicado peloThe Moscow News

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