Foto: PhotoXpress
Cinquenta a quatro por cento dos russos ostentam um diploma universitário em comparação à média de 31% nos países da OCDE e de 26% entre os membros do G20, segundo informativo divulgado pela organização na última semana. Canadá e Israel ocupam o segundo e o terceiro lugar, com 51% e 46%, respectivamente.
No entanto, a maioria dos indivíduos com grau superior na Rússia são adultos ou idosos, de modo que a atual liderança representa uma herança da União Soviética que, em sua época, não poupou investimentos na área.
Hoje em dia, a Rússia gasta 7.749 dólares anuais per capita. Apesar do aumento notável da receita nacional nos últimos anos, a Rússia dedica apenas 5,5% de seu PIB à educação, enquanto os demais países da referida organização reservam uma média de 6,3% para o setor.
“Seria ótimo se pudéssemos avaliar o nível educacional da população pela porcentagem de graduandos, mas na Rússia há uma lacuna enorme entre a quantidade de diplomas e a verdadeira educação universitária”, contestou o vice-diretor da comissão parlamentar de Educação, Oleg Smolin, em entrevista ao jornal Kommersant.
O ministro russo da Educação e da Ciência, Dmítri Livánov, também declarou em agosto do ano passado que o ensino superior em massa não é um aspecto negativo, embora seja preciso inspecionar sua qualidade.
Os funcionários desse departamento consideram que cerca de 30% dos estabelecimentos de ensino superior da Rússia são de má qualidade e que futuramente poderiam ser fechados ou englobados por institutos mais bem-sucedidos.
Nenhuma instituição de ensino superior russa figura entre as 100 melhores universidades do mundo, segundo mais recente ranking britânico QS World University. A Universidade Estatal de Moscou (MGU, na sigla em russo), a mais famosa do país, caiu do 112º ao 116º lugar nessa classificação.
“É necessário grande esforço e apoio do Estado para ficarmos entre os cem primeiros”, garante Aleksandr Khudaikúlov, vice-reitor do Instituto de Relações Internacionais de Moscou.
Até 2015, a Rússia terá 5,5 milhões dos 6,3 milhões alunos universitários de hoje em dia devido ao crescimento demográfico negativo e à reestruturação da rede de institutos de ensino superior. As previsões foram publicadas no site do Ministério do Desenvolvimento Econômico russo na última semana.
A Duma de Estado (câmara baixo do parlamento russo) pretende aprovar na segunda metade do ano uma nova lei sobre educação que irá substituir as normativas básicas de 1992 e 1996 e que reacendeu os temores na sociedade frente a um possível aumento da comercialização no setor.
“A nova lei preserva todas as garantias de educação gratuita. O número de vagas em instituições gratuitas conforme os novos padrões educacionais será superior ao de agora”, garantiu em uma entrevista à emissora RSN, Vladímir Burmátov, primeiro vice-diretor da comissão parlamentar de educação.
Em uma reunião com os ativistas do partida governista Rússia Unida na quarta-feira passada (12), o primeiro-ministro Dmítri Medvedev também reafirmou que o país “ofereceu, oferece e continuará oferecendo ensino gratuito”.
Originalmente publicado no site da agência RIA Nóvosti
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