Foto: t-platforms.ru
A Academia de Ciências da Rússia (ACR) anunciou o início dos trabalhos para a criação do mais poderoso sistema de computação nacional de 10 petaflops, isto é, um quadrilhão de operações por segundo.
As duas primeiras partes do supercomputador, cada uma com capacidade de dois petaflops, serão instaladas até o final deste ano, e os trabalhos de montagem estarão concluídos em 2013.
Se uma máquina com tais características fosse criada hoje, ela poderia ficar entre os três computadores mais poderosos do mundo. “Mas até o projeto ser finalizado, a máquina deverá figurar entre as dez mais potentes do mundo”, dizem os representantes da ACR.
O supercomputador russo também será extremamente econômico. A ideia é reivindicar o segundo lugar no ranking Green 500 supercomputer que, avalia os computadores em termos de consumo de energia elétrica para a execução de uma série fixa de problemas.
O primeiro lugar dessa lista é atualmente ocupado pelo BlueGene/Q, computador desenvolvido pela IBM.
Progresso inútil?
A Rússia aderiu à corrida dos supercomputadores em 2009 por ordem do então presidente do país, Dmítri Medvedev, com a intenção de recuperar o atraso na área em relação ao Ocidente.
No entanto, os especialistas não acreditam que os supercomputadores comparados no ranking possam realmente ajudar os países a resolverem problemas estratégicos importantes.
Segundo o diretor da revista “Otkrítie Sistêmi” (“Sistemas Abertos”, em português), Leonid Cherniák, um supercomputador é, na maioria dos casos, construído para resolver um só problema.
“Muitas vezes não há problemas tão complexos que demandem computadores tão poderosos. Por isso, eles passam a ser usados para resolver problemas pequenos que poderiam ser solucionados em computadores mais simples”, afirma Leonid Cherniák.
Os usuários dos supercomputadores nacionais não concordam com a declaração e reafirmam sua utilidade para fins científicos e industriais.
“Podemos citar muitas áreas em que o supercomputador Lomonóssov ajudou a fazer cálculos importantes”, rebate o vice-diretor do Centro de Pesquisa em Computação da Universidade Lomonóssov de Moscou, Vladímir Voevódin.
“Ele calculou, por exemplo, os parâmetros da mudança das zonas de permafrost [subsolo que fica congelado a maior parte do ano] em função da ação antrópica nos próximos 50 a 100 anos”, completa Voevódin.
Originalmente publicado no site do jornal Izvéstia
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