Maksim Mikháilov Foto: TASS
Quase ninguém duvidava que, depois de vencer os dois primeiros sets, os brasileiros teriam dificuldade em vencer o terceiro. No entanto, as mudanças táticas feitas pelo técnico russo Vladímir Alékno fizeram os brasileiros desperdiçar dois match points e permitiram à Rússia fazer uma virada histórica.
“A vitória de hoje é de toda a equipe. Fizemos um trabalho muito grande. Levamos quase três anos para nos preparar para essas Olimpíadas”, declarou o capitão da seleção russa Tarás Htei.
“O mérito é de toda a equipe, pessoal de apoio, massagistas, médicos, federação nacional de vôlei, nossas esposas, filhos e pais”, agradeceu. “Acreditem, essa medalha é muito pesada. Muito trabalho foi investido para conquistá-la”, acrescentou.
Os jogadores da seleção russa tinham permanecido mudos para a imprensa até o fim do torneio a pedido do técnico, Vladímir Alékno. Com as medalhas de ouro no pescoço, eles permaneceram sérios, sem perceber a real importância do feito.
Talvez o jogador mais emocionado do time russo tenha sido Aleksêi Obmocháev. Sorridente, mal encontrava palavras para expressar seus sentimentos. A primeira pessoa a felicitá-lo pela vitória foi sua mulher Natália, também jogadora da seleção nacional de vôlei feminino. “Obrigado a todos os meus companheiros, eles foram ótimos, sou muito grato a todos”, comentou Aleksêi.
Os russos começaram a virar o jogo no terceiro set e bateram os brasileiros por 3 sets a 2, parciais de 19/25, 20/25, 29/27, 25/22 e 15/9.
“Tivemos um forte espírito de equipe”
Em conversa com a Gazeta Russa após a premiação, o oposto Maksim Mikháilov contou detalhadamente como tudo acontecera.
RG:Como [o técnico Vladímir] Alékno preparou a equipe para esse jogo?
MM: Disse que deveríamos fazer nosso jogo e não olhar para os brasileiros. Normalmente, todos os que jogam contra os brasileiros tentam imitá-los. Mas o melhor é sempre atuar conforme sua própria tática. Ele também falou para relaxarmos o máximo possível, porque a maioria daqueles que enfrentam os brasileiros ficam normalmente acuados.
RG: No momento decisivo do jogo você foi colocado na posição de ponteiro. Como foi a experiência?
Maksim Mikháilov: Na verdade, faz tempo que eu não atuava como atacante de ponta. Mesmo assim, não tive dificuldades. Aliás, por mérito do técnico. Ele apostou nessa tática e me confiou a posição de ponta quando estávamos em desvantagem e já havia muitos jogadores bons no time.
RG:Por que Alékno decidiu isso?
MM: Testávamos essa tática no campeonato, às vezes dava resultado. Deve ter se lembrado de uma partida no campeonato mundial, também contra o Brasil, em que eu jogava como ponta.
RG:O que mais
ajudou a virar a partida?
MM: As mudanças foram um dos fatores decisivos. Além disso, tivemos um forte espírito de equipe. Nos dois primeiros sets todos estavam desanimados. No terceiro acreditamos em nós mesmos, relaxamos e começamos a jogar bem.
RG:Você não parece tão feliz...
MM: Investimos muitos esforços no jogo. A partida foi tão difícil que deixamos todas as nossas emoções na quadra. Acho que os sentimentos de alegria e felicidade virão mais tarde.
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