Foto: RIA Nóvosti
Neste ano, os incêndios florestais podem ser ainda mais devastadores do que a catástrofe provocada dois anos atrás. Essa é a conclusão de especialistas do Greenpeace para a progressão da situação na Sibéria e em outras regiões que sofrem com as queimadas.
Segundo dados da Agência Federal de Controle Florestal, a área total dos incêndios ultrapassou 1,2 milhões de hectares em 2010. Embora os números oficiais para este ano ainda não tenham sido calculados, as previsões despertam pessimismo.
Dois anos atrás, os incêndios alastraram-se praticamente por todo o território da Rússia e avançaram, inclusive, pela parte europeia do país. Atualmente, porém, o fogo ameaça sobretudo a Sibéria.
“Com ajuda das fontes de satélites, podemos ver que a área de ocorrência de incêndios na Sibéria atingiu quase 3 milhões de hectares, e no momento 500 mil hectares estão sendo consumidos diretamente pelo fogo”, informou o veículo “Argumenti i Fakti”.
Os órgãos oficiais responsáveis pelo combate ao fogo declaram, entretanto, que a situação atual não é tão trágica. Em boletins diários, o Ministério para Situações de Emergência fala em 23 mil hectares, enquanto a Agência Federal calcula uma área de 18 mil hectares tomada pelo fogo.
As discrepâncias tão gritantes nos números já se tornaram motivo de crítica às autoridades da parte de ecologistas e da oposição. Grigóri Kukssin, diretor do programa do Greenpeace para incêndios, acusou o ministério de ocultar a verdadeira magnitude da tragédia.
“Os órgãos especiais usam exatamente as mesmas imagens de satélites que nós usamos, mas preferem se calar a respeito da verdadeira situação”, garante Kukssin.
As circunstâncias são piores na Sibéria Central. Nas regiões de Tomsk e de Krasnoiarsk foi decretado regime extraordinário; medidas semelhantes devem ser tomadas em relação à república de Tivá.
Prova de fogo
Segundo dados de 31 de julho deste ano, foram registrados 123 focos de incêndios naturais.
Devido à complexidade do combate ao fogo na Sibéria, foram convocados 113 mil militares e 17 mil unidades técnicas, incluindo 37 aviões e helicópteros. Além disso, cerca de 7,6 mil pessoas estão trabalhando diretamente nos focos de incêndios.
Ainda assim, o trabalho da equipe está sendo dificultado pelas condições locais. A fumaça, que impediu o trabalho dos aviões em alguns momentos, também encobriu grandes cidades da região.
Os especialistas não podem dizer com precisão quando as equipes de salvamento, os militares e os voluntários conseguirão controlar o fogo.
O Greenpeace faz previsões pessimistas. “Na fase em que as forças disponíveis poderiam fazer alguma coisa, as autoridades esconderam os incêndios”, analisa Grigóri Kukssin.
Mesmo assim, o Ministério para Situações de Emergência acredita que o cenário de dois anos atrás não se repetirá. As equipes de salvamento destacam o fato de que, apesar do tamanho da área atingida pelo fogo, os povoados locais e as instalações industriais não estão ameaçados.
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