O DAN pode determinar a presença de água no solo a partir de unidades de porcentagem do peso. Foto: iki.rssi.ru
O DAN foi levado a bordo do [veículo autômato especialmente desenvolvido para circular no solo de Marte] Curiosity com o objetivo de localizar água e minerais hidratados.
Contribuição da Rússia para as pesquisas com o Curiosity, ele é um tipo especial de “sonda”. O gerador de nêutrons emite radiação com nêutrons altamente energizados sobre a superfície do planeta e, de acordo com a característica do fluxo secundário, determina o conteúdo de hidrogênio.
Se houver muito hidrogênio no solo, os nêutrons farão a sua absorção ativa e, no mapa de nêutrons, surgirão “regiões escuras”, que poderão ser interpretadas, com alto índice de probabilidade, como zonas com grande quantidade de minerais hidratados. Essas zonas são as que despertam maior interesse para a busca de sinais de vida.
O detector DAN foi desenvolvido no Instituto de Pesquisas Espaciais, em um projeto conjunto das agências espaciais norte-americana, NASA, e russa, Roscosmos.
A tecnologia do aparelho foi testada com êxito em dois detectores similares, desenvolvidos no instituto russo.
Um deles, o KHEND, já funciona há mais de dez anos a bordo da sonda Mars Odyssey. Os seus dados mostraram que, em latitudes elevadas do planeta, há grande quantidade de gelo – uma camada grossa de gelo permanente.
Já os dados do detector LEND, a bordo da sonda LRO, possibilitaram a identificação de gelo nas crateras dos polos lunares.
O KHEND vai se encontrar agora com um “neto” seu, mais desenvolvido. O DAN pode determinar a presença de água no solo a partir de unidades de porcentagem do peso. A região da cratera Gale, segundo dados do KHEND, encontra-se em uma área com conteúdo de água no solo de 5% a 6,5% de sua massa.
Para o novo instrumento, os especialistas da Nasa escolheram justamente uma faixa próxima ao equador e não às regiões polares, onde foi descoberto mais gelo, a fim de evitar a ameaça de contaminação de Marte com micro-organismos terrestres.
Cronograma espacial
Na manhã da última segunda-feira (6) o norte-americano Curiosity, lançado em 2011, fez um pouso bem-sucedido na região da cratera Gale, no hemisfério sul de Marte.
O aparelho já enviou as primeiras imagens da superfície do planeta, obtidas por câmeras auxiliares Hazcam, destinadas a identificar obstáculos no trajeto do veículo.
“O instrumento inclui duas etapas: a primeira consiste no chamado regime passivo, em que o gerador fica desligado. O seu funcionamento depende do plano de trabalho elaborado no projeto, mas esperamos que isso aconteça na quinta ou sexta-feira”, explica Mitrofanov.
“Já o gerador ativo de nêutrons, que permitirá expor a superfície de Marte à radiação de nêutrons, entrará em ação na próxima semana”, completa o especialista.
Segundo ele, os norte-americanos estão gradualmente verificando todos os sistemas do veículo, para determinar o seu regime de trabalho. “Se tudo correr bem, como foi o pouso, o aparelho começará a circular daqui a umas duas semanas.”
Texto originalmente publicado no site da RIA Nóvosti
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