Pútin dá receita contra caos na Síria

Presidente russo Vladímir Pútin (à dir.) com o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti (a esq.), durante sua visita à Rússia. Foto:

Presidente russo Vladímir Pútin (à dir.) com o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti (a esq.), durante sua visita à Rússia. Foto:

Nesta segunda-feira, 23, o presidente russo Vladímir Pútin encontrou-se oficialmente com o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, durante sua visita à Rússia. Em entrevista coletiva conjunta, Pútin citou medidas para amenizar o conflito e enfatizou a importância de “trabalho com parceiros”.

 Durante a coletiva de imprensa, o líder russo ressaltou que o principal agente na solução da questão síria deve ser o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

“A obtenção de um acordo sobre a prorrogação da missão da ONU, apesar de algumas divergências, indica que é possível chegar a um entendimento com todas as partes para o bem do povo da Síria. Vamos trabalhar com nossos parceiros nesse sentido”, declarou o presidente.

Entre as medidas necessárias para o fim da violência no país árabe, Pútin citou “o cessar-fogo, negociações, determinação das bases constitucionais do novo governo e, por fim, mudanças estruturais”. “Se a ordem for invertida, o resultado será o caos”, anunciou o chefe do Estado russo.

Segundo ele, tanto o governo sírio quanto a oposição devem sentar à mesa de negociações para decidir como será o país daqui para a frente. “Nós não queremos que a situação acabe em uma guerra civil, prolongando-se não se sabe até quando, como no Afeganistão”, afirmou.

O presidente disse ainda que, se o comando da Síria e o presidente Bashar Assad forem depostos de modo inconstitucional, ocorrerá apenas a troca de lugar entre governo e oposição, dando prosseguimento a uma interminável guerra civil.

O primeiro-ministro italiano Mario Monti acha que a saída mais razoável para a situação é a criação de um governo de transição, como foi feito no Líbano. “Mas seria impossível tomar essa decisão sem o apoio da Rússia”, completou.

Apesar de demonstrar entendimento sobre a cautela de Moscou e a não aplicação de sanções, Monti disse que “é preciso levar em conta o risco de que a situação saia do controle caso a ONU não se decida por uma resolução a tempo”.

Dezesseis meses depois

No último 19 de julho, a Rússia e a China vetaram o projeto proposto no Conselho de Segurança da ONU para a resolução do conflito sírio.

Na Síria, o embate entre governo e oposição persiste desde março de 2011 e, segundo estimativa, já gerou 12 e 17 mil vítimas.

As forças oposicionistas exigem o afastamento do presidente do país, Bashar Assad, e acusam o governo de atrocidades contra a população civil.  

Damasco, por sua vez, afirma que “bandos de terroristas armados” agem no país apoiados por grupos estrangeiros de islamitas radicais.

Enquanto isso, os representantes oficiais da França, Reino Unido e EUA têm anunciado repetidas vezes que o presidente da Síria deve deixar o posto e que, no país, deve ser formado um governo de transição.

Há informações também de que a Liga dos Países Árabes conclamou o presidente da Síria, Bashar Assad, a abandonar a presidência e transferir o poder a um governo provisório. 

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