Serguêi Lavrov ressaltou que a missão dos observadores da ONU deve investigar, especialmente, incidentes como o massacre em Tremseh. Foto: Reuters
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguêi Lavrov, informou que os países do Ocidente estão chantageando a Federação Russa para conseguirem aprovar a resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU.
“Recebemos a informação de que se não votarmos a favor da aprovação, de acordo com o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, os demais países não vão concordar com prorrogação do mandato da missão dos observadores”, comunicou o ministro nesta segunda (16), em entrevista coletiva na capital.
Segundo o ministro, esse tipo de abordagem é considerado “absolutamente contraproducente e perigoso, pois é inadmissível o uso dos observadores como moeda de troca”.
Lavrov também ressaltou que a missão dos observadores da ONU deve investigar, especialmente, incidentes como o massacre em Tremseh. Por esse motivo, a Rússia continuará insistindo na prorrogação da missão dos observadores na Síria.
Ele destacou que o plano do enviado especial da ONU e da Liga dos Países Árabes, Kofi Annan, é “a única plataforma viável para solução dos problemas sírios”.
“Para dar fim à violência, é preciso obrigar os dois lados inimigos a cessarem as ações militares simultaneamente, é preciso sincronizar a saída e de todas as forças armadas das cidades, sob controle da missão da ONU”, acrescentou o ministro.
Culpa X Solução
O conflito sírio está adquirindo um caráter semiconfessional, acredita o ministro russo das Relações Exteriores. Ele declarou que, na oposição armada, surgiu uma terceira força, comandada pela Al Qaeda.
O rumo dos acontecimentos na Síria, considera Lavrov, será decisivo para a definição do futuro modelo de solução de conflitos nacionais.
“Pessoas estão morrendo. E, nesse pano de fundo, falam de culpados, ensinam o que fazer e falam de sanções. Em tudo isso, sentimos falta de uma única coisa: esforços para colocar logo um ponto final na violência e interromper o derramamento de sangue”, afirmou.
A proposta de uma série de governos ocidentais, segundo a qual a Rússia deve convencer Bashar al-Assad a abandonar voluntariamente o posto de presidente da Síria não é realista, ressaltou o chefe do ministério.
“O presidente não vai sair não porque nós o defendemos, mas porque ele é apoiado por parte extremamente significativa da população do país”, explicou Lavrov.
Falta de perspectiva
Nesta segunda-feira, 16, a situação na Síria agravou-se de novo. O exército federal enviou algumas colunas com armamentos pesados para os bairros da região sul de Damasco, onde prosseguem os combates entre rebeldes e partidários do regime de Assad.
Segundo a agência de notícias “Reuters”, as forças armadas nacionais abriram fogo de morteiros nos quarteirões que haviam sido ocupados por tropas da oposição.
Os choques entre partidários e adversários das autoridades sírias no poder prolongam-se desde 15 de março de 2011.
No decorrer do conflito, 12 a 17 mil pessoas morreram, segundo fontes diversas. As notícias recebidas da Síria não têm sido submetidas a uma verificação independente, pois o acesso de jornalistas estrangeiros à zona do conflito está sendo extremamente dificultada.
Texto original pode ser encontrado em http://top.rbc.ru/politics/16/07/2012/660135.shtml
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: