Quase pronta, Vladivostok aguarda cúpula da Apec

Vladivostok aguarda cúpula da Apec. Foto: Pavel Lujin/RIA Nóvosti

Vladivostok aguarda cúpula da Apec. Foto: Pavel Lujin/RIA Nóvosti

Com edificações grandiosas, Extremo Oriente russo pretende se tornar porta de entrada para o centro do país. Segundo autoridades, investimento também pretende conter a migração populacional para outra regiões da Rússia.

A preparação da cidade de Vladivostok para a cúpula da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), que será realizado em setembro, extrapolou em quase cinco vezes a previsão orçamentária inicial.

O total investido chegou à marca dos 679 bilhões de rublos, equivalente a cerca de 21 milhões de dólares.

Juntamente com a ampliação do orçamento, aumentou também o número de instalações construídas na cidade. No início de junho, contudo, quase todos os auditórios planejados já estavam prontos.

Enseada turbulenta

O trajeto inicial dos participantes da cúpula será pela Ussuri M-60, rodovia federal duplicada, que recebeu dos moradores locais o apelido de “via dos turistas”.

A estrada também tem sido chamada pelos locais de “estrada do escândalo”, por causa do acidente ocorrido no bairro Tikhaia Bukhta (Enseada Pacífica, em português) em junho deste ano. Fortes chuvas varreram um muro de arrimo de 20 metros e parte do asfalto cedeu.

O Comitê Russo de Investigações da Região de Primorie, no extremo leste do país, prontamente instaurou um processo criminal.

No entanto, o escândalo do desmoronamento do terreno terminou tão depressa quanto começou. Após estimar um prejuízo de pouco menos de 2 milhões de rublos, o governador demitiu o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem da região, Andrêi Razgonov, por não ter fiscalizado a obra.

O único resultado de toda a situação envolvendo a área é que agora especialistas verificam com cuidado todos os trabalhos de preparação para o Apec.

Aeroporto-spa

No antigo complexo aeroportuário de Knevitchi, construído na década de 1970, só aeronaves particulares e aviões pequenos podiam aterrissar na pista de pouso e decolagem, bem como usar a estreita taxiway – faixa de pista em um aeroporto onde a aeronave pode transitar de ou para um hangar, terminal ou pista. Os grandes aviões comerciais taxiavam a 2 km do edifício.

Após a reforma, o aeroporto, que recebe atualmente 1,5 milhão de passageiros por ano,  recebeu um novo terminal com capacidade superior a 3,5 milhões de passageiros por ano.

Enquanto a estrutura não recebe o número de clientes planejado, as áreas livres poderão ser ocupadas, por exemplo, por salões de spa.

Ponte para a ilha Rúski

A ponte estaiada de quase 3 km que atravessa o estreito até a ilha Rúski, onde será realizado o fórum, é uma obra monumental. Todas as suas estruturas foram instaladas com a utilização dos sistemas GPS e Glonass.

A altura dos seus pilares chega a surpreendentes 320 m. A título de comparação, a altura de estruturas semelhantes, como a ponte Stonecutters, em Hong Kong, é de 298 m, e a ponte da Normandia, na França, 215 m.

Atualmente, na ilha Rúski, pela marginal Universitietskaia, onde há até uma cachoeira, existe quase 1 milhão de metros quadrados de imóveis.

Os apartamentos para professores das futuras instalações da Universidade Federal do Extremo Oriente, onde durante a cúpula ficarão alojados os chefes de Estado participantes do Apec, são coberturas clássicas.

Os alojamentos de estudantes, que, em setembro, vão abrigar hóspedes de escalão mais baixo, lembram os quartos standard de hotéis de primeira classe.

A apenas 100 metros do mar, a nova estrutura é um verdadeiro paraíso em comparação com as condições em que vivem agora os estudantes da Universidade Federal do Extremo Oriente.

Negócios à beira-mar

O governador da região de Primorie, Vladímir Mikluchévski, ressalta que uma das tarefas das autoridades é interromper a migração populacional que vem ocorrendo há algum tempo.

Cerca de 2 milhões de pessoas vivem atualmente na região, ou seja, 25% menos do que os números registrados no início dos anos 1990.

O objetivo é que a infraestrutura desenvolvida para o fórum se transforme em uma área de lazer e de novos empreendimentos, e a ilha Rúski torne-se uma zona econômico-turística especial.

O governo conta também com o aumento da arrecadação por causa do maior fluxo de turistas para a zona de jogo que está sendo construída no golfo Ussuriski, na região de Artiom.

As grandes empresas também esperam que a cúpula da Apec ajude Vladivostok a virar a primeira cidade europeia na Ásia e uma porta de entrada para o centro da Rússia.

Versão integral do texto no site http://kommersant.ru/doc/1977057

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