Nova pistola para o exército russo

Nos próximos meses, o Ministério da Defesa russo vai incluir no exército a nova pistola Strij, desenvolvida por uma pequena empresa chamada Arsenal Firearms. Espera-se que a Strij substitua a Makarov, utilizada pelas forças do país desde 1940.

Em junho, o vice-premiê Dmítri Rogózin, responsável pela indústria bélica, informou que a pistola Strij (também conhecida como Strike), da fábrica Arsenal Firearms, será incluída no armamento do exército russo. 


Segundo Rogózin, a nova arma “supera modelos como o da empresa austríaca Glock, e deve ser adotada já nos próximos meses”. O Departamento de Defesa russo havia manifestado mais de uma vez intenção de descartar as antigas pistolas Makarov (PM), que têm pouca velocidade de descarga, grande recuo e baixos indicadores de precisão de tiro. 


Se a proposta colocada em prática, a Strij será a terceira pistola adotada pelas forças do exército russo como substituta da antiga PM. Em 2003, foram incorporadas às forças armadas, de uma só vez, duas armas produzidas por tradicionais fábricas russas de Ijievsk e de Tula: as pistolas Iariguin (PIa) e Griazev-Chipunov (GCH-18), respectivamente. 


A última começou a ser distribuída em 2005 aos oficiais do exército, como prêmio, enquanto a Iariguin, cuja produção em massa foi autorizada em 2011, passou a ser usada em fevereiro deste ano, na qualidade de arma pessoal do contingente de oficiais da região militar ocidental.


Conflito de opiniões


O anúncio do vice-premiê Rogózin sobre a utilização de uma nova pistola pelas forças armadas foi recebida com surpresa pelos especialistas. 

Para desenvolver a Strij, os técnicos da Arsenal Firearms utilizaram um plano de projeto próprio e um sistema único de testagem virtual.

Assim foi possível avaliar mudanças nas características da pistola de acordo com os materiais utilizados no corpo da arma, o tipo de pólvora ou o calibre do cartucho. 

A pistola tem um carregador com capacidade para 17 cartuchos, com a possibilidade de municiar um carregador adicional de 30 cartuchos, e botões liberadores dispostos dos dois lados do cabo.

Além disso, pode ser aperfeiçoada com lanterna ou mira. 


O especialista do jornal militar independente “Panorama”, Víktor Miasnikov, ressalta que a empresa Arsenal Firearms obteve registro apenas no ano passado. Além disso, a Strij foi desenvolvida no tempo recorde de três meses, embora, normalmente, o desenvolvimento de uma arma como essa não leve menos de cinco anos. 


“Nenhuma dessas informações foi citada na conversa  sobre a compra de centenas de milhares de unidades dessa arma pelo governo”, diz Miasnikov. O próprio vice-premiê, numa atitude surpreendente, aceitou as críticas e convidou toda a sociedade a participar de uma discussão geral sobre a nova pistola do exército russo. 


“Concordo. Por isso, digo: briguem, testem, “passem a noite” com essa arma. Só assim poderemos compreender como usá-la de modo sensato”, escreveu em sua página no Facebook.


Por outro lado, parte dos especialistas recebeu bem a notícia da nova pistola. O famoso especialista russo em armas de fogo, criador do site www.world.guns.ru, Maksim Popenker, acredita que todas as novidades tecnológicas utilizadas no mundo foram empregadas no projeto da Strij.


“Ela tem um recuo reduzido, o que permite voltar o cano mais rapidamente para o alvo e atirar com maior precisão e rapidez”, explica Popenker. “A estrutura de matéria plástica permite baratear a produção, reduzir o peso e aumentar a resistência à corrosão”, completa.

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