Vladímir Abramochkin Foto: Ilia Zubko
Qualquer especialista em futebol sabe que uma alimentação correta não é menos importante para um bom resultado do que os treinos, exercícios táticos e disciplina.
Se dependesse apenas do talento do cozinheiro Vladímir Abramochkin, a seleção russa estaria certamente na trilha rumo ao ouro. Afinal, depois de tantos anos com o time nacional, Abramochkin conhece seus clientes como ninguém.
Enquanto os jogadores se preparavam para a partida contra a Grécia, que terminou com a eliminação da Rússia do campeonato, a Gazeta Russa tirou alguns segredos do cozinheiro.
Gazeta Russa: Quando os jogadores estão hospedados em um hotel, como é o seu acesso à cozinha?
Vladímir Abramochkin: A administração do hotel nos reserva um espaço na cozinha. Tenho assistentes, claro, porque não dá para fazer tudo sozinho. Além disso, também recebemos ajuda dos cozinheiros do estabelecimento.
GR: Quantos assistentes você tem?
VA: Depende. Normalmente, contamos com a colaboração de cozinheiros de diferentes seções, ou seja, pratos frios, quentes e de confeitaria. Quanto as sopas e café-da-manhã, costumo preparar quase tudo sozinho, pois o mingau, por exemplo, deve ter uma consistência determinada.
RG: Para quantas pessoas você cozinha em cada refeição?
VA: Para cerca de 43 pessoas, incluindo os jogadores, técnicos, pessoal de apoio e seguranças. O time faz as refeições em uma sala isolada do resto dos hóspedes do hotel e é atendido por uma equipe especial.
GR: O que os atletas costumam comer no almoço?
VA: A dieta consiste em peixes, frango e duas sopas para o almoço – uma sopa com almôndegas ou um caldo de galinha ou uma sopa de macarrão. Além disso, temos diferentes tipos de macarrão e grãos, como arroz ou trigo-sarraceno. Para completar, legumes cozidos na água ou no vapor.
GR: Em outras palavras, eles comem a comida russa do dia a dia?
VA: Sim, preparamos alimentos comuns, mas de acordo com a dieta esportiva. Isto é, o mínimo de gordura possível, nada de ácidos, tomates, vinagre ou outros temperos. Pratos picantes e aqueles temperados com pimenta não são permitidos. Ainda assim, todos os pratos devem ser suficientemente saborosos para estimular o apetite dos jogadores.
GR: Você costuma discutir o cardápio com os médicos da equipe?
VA: Lógico. Qualquer mudança de pratos só é permitida com a aprovação dos médicos. Também discutimos com eles a combinação de produtos. Por exemplo, costumamos fazer um borsch (tradicional sopa de beterraba) esportivo. Em de acrescentarmos pasta de tomate e legumes assados em banha ou gorduras, nossa versão é feita com repolho, batata, cebola, beterraba e mais nada.
GR: O cardápio do dia de jogo é diferente?
VA: Com certeza. Geralmente são pratos leves, como sopas com almôndegas ou algum pedacinho de frango, biscoitos e chocolate, saladas muito simples, e nada de laticínios ou gordura.
RG: Agora seja sincero conosco. É verdade que sua rotina é mais pesada que as do jogadores?
VA: (risos) Primeiro, tinha que acordar às 6 da manhã. Depois, combinamos com os cozinheiros locais e agora me levanto às 7. O café da manhã só acontece às 8. Portanto, devo estar um hora antes na cozinha para fazer o café e pôr a mesa.
Originalmente publicado em: http://rg.ru/printable/2012/06/14/povar-poln.html
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