Sharapova retoma o topo

Sharapova teve que se adaptar à terra batida para conquistar o troféu Foto: NL Media

Sharapova teve que se adaptar à terra batida para conquistar o troféu Foto: NL Media

Após vitória em Roland Garros, tenista russa reconquista primeira posição no ranking mundial. Com isso, expectativa em torno de sua participação nas Olímpiadas de Londres, em agosto, cresce ainda mais.

Vencer pelo menos uma vez cada um dos quatro grandes mundiais de tênis do Grand Slam – Roland Garros, Wimbledon, US Open e Austrália – requer um domínio de diversas técnicas só possível para os melhores jogadores.

Desde que, em 2008, Sharapova venceu o torneio de Austrália, só faltava o de Rolando Garros para fechar o ciclo, mas o desafio parecia enorme.

Ela sempre teve problemas com a terra batida de Paris. Além de exigir movimentos diferentes, é preciso saber “derrapar”, um feito quase impossível para a russa de 1,90 m de altura.

“Esse tipo de quadra exige alguns movimentos diferentes, como deslizar e aprender a lutar cada ponto, pois a bola pinga mais lentamente em comparação ao cimento ou à grama, e sobra tempo para se recuperar”, explica sobre sua adaptação à terra batida.

Sharapova não nunca tinha alçando uma final em Roland Garros e parecia difícil consertar as falhas técnicas em curto prazo. O Grand Slam parecia, assim, apenas um sonho.

Apesar da aparência de modelo da tenista russa, Sharapova sempre demonstrou ao longo de sua carreira muito trabalho, fé e ambição. Passaram-se meses e anos de intensa dedicação, mas todo esse trabalho foi recompensado.

Sharapova levantou a taça Suzanne Lenglen para se tornar a décima mulher da história a completar o Grand Slam. Emocionada, ajoelhou-se na quadra ao conquistar o ultimo ponto, e o chão da vitória deixou uma marca vermelha nos joelhos da atleta.

De volto ao trono


Com a vitória em Paris, Sharapova subiu novamente ao topo do ranking mundial, desbancando a bielorrussa Victoria Azarenka.

“Fui número um há alguns anos, mas depois da operação no ombro em 2008, tinha dúvidas de que conseguiria recuperar meu melhor nível. É uma grande recompensa depois de tanto treino”, comenta.

Para essa missão, Sharapova contou com a ajuda de um preparador físico japonês. O primeiro triunfo em Paris para a russa chega em sua décima participação no torneio, no qual seus melhores resultados até então haviam sido as seminais em 2007 e 2011.

“Esse título significa muito para mim, pois é fruto de extenso trabalho e esforço. Antes não estava preparada para sair e ganhar sete partidas consecutivas em terra. Estou orgulhosa da forma que me levantei para chegar a essa situação”, afirma.

Sua última vítima foi a italiana Sara Errani, número 24 do ranking, que estreou nas finais do Grand Slam e é curiosamente 25 centímetros mais baixa que a russa. Sharapova venceu por 6-3 e 6-2.

A grande partida, contudo, aconteceu na semifinal, quando Sharapova enfrentou a tcheca Petra Kvitova, número 4 do mundo. A disputa entre as duas é hoje um clássico moderno do tênis mundial feminino e ambas já haviam protagonizado uma semifinal comovente no início deste ano na Austrália.

Próxima parada: Londres


Finalista em Melbourne e campeã em Paris, a temporada de Sharapova está sendo excepcional, talvez a melhor de sua carreira até o momento.

A russa passará pelas gramas de Wimbledon no mês que vem, mas o grande objetivo não é outro senão o ouro olímpico em Londres, para o qual deve partir como favorita.

“Fiquei me sentindo muito mal ao desistir dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, por causa da lesão no ombro e quero viver minha primeira experiência olímpica”, conta.

“Venho de um país onde os jogos são um evento importantíssimo para toda a população, fanáticos ou não por esportes. Ganhar uma medalha seria incrível, mas, se isso não acontecer, só o fato de fazer parte da equipe olímpica pela Rússia será por si só um dos momentos mais emocionantes do ano”, arremata.

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