Foto: TASS
Ao contrário dos militares integrantes da força de paz, que carregam armas e têm o direito de usá-las primeiros durante o cumprimento de determinadas missões, os observadores militares podem portar apenas uma pistola e a ser usada em casos extremos.
“Nossa missão é supervisionar os acordos de paz entre as partes envolvidas em conflitos, registrar violações e informar as estruturas competentes das Nações Unidas”, disse ao Moscow News o porta-voz do centro de divulgação e imprensa da ONU em Moscou, Iúri Chicháev.
Os quatro observadores russos a serem enviados à zona do conflito sírio são procedentes das Colinas de Golan, onde está em operação a mais duradoura missão de paz do Oriente Médio, instalada em 1948 para acompanhar os ajustes entre o então recém-criado Estado de Israel e os palestinos.
De acordo com Anatóli Issaenko, um dos primeiros observadores soviéticos da missão da ONU no Egito depois da guerra árabe-israelense de 1973, a diminuição do número de observadores russos nas missões de supervisão da ONU foi mal vista pelos profissionais da área.
“A Rússia enviará apenas quatro especialistas para uma importantíssima missão na Síria. Aparentemente, uma vez que o Ministério da Defesa não recebe dinheiro por essas missões, elas não interessam a ninguém no país”, arremata.
Preparo militar
Segundo o presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Leonid Ivachov, até 2009 todos os observadores militares russos para as missões da ONU recebiam treinamento no centro de aperfeiçoamento profissional de oficiais “Vístrel” (Disparo) em Solnechnogórsk, nos arredores de Moscou.
Com duração de dois meses, o curso incluía, entre outras coisas, aulas de inglês e terminologia militar usada nos documentos da ONU, direito internacional, direção de veículos em condições extremas e uso de meios de comunicação, além de uma disciplina especial dedicada às leis do país de destino.
No entanto, o centro “Vístrel” foi extinto em 2009. “Durante a reforma realizada pelo Ministério da Defesa foram extintas também várias outras instituições que formavam militares com o conhecimento de línguas estrangeiras. Também acabaram com o Departamento Geral de Cooperação Militar Internacional no modelo que havia colaborado com a ONU”, conta Leonid Ivachov.
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