Foto: PhotoXpress
Tudo começou com alguns integrantes de fóruns da internet que queriam garantir o livre acesso às informações e, assim, estabelecer a participação direta dos cidadãos na vida política do país.
Com o tempo, o grupo foi sendo organizado e passaram, então, a lutar pela implantação da democracia eletrônica e inviolabilidade da vida privada.
O problema, contudo, é que a falta de participação política vem impedindo o avanço de suas conquistas e, de acordo com os piratas, seus objetivos só poderão ser alcançados se eles se tornarem oficialmente um partido.
“Nossos interesses agora são mais abrangentes”, diz o líder do partido, Pável Rassudov.
Segundo ele, o conceito do grupo evoluiu, bem como os primários foram alargados, sobretudo no que diz respeito à necessidade de garantir acesso às informações e ao trabalho dos órgãos públicos.
“E, obviamente, queremos liberdade de expressão. As ideias permaneceram as mesmas, mas foram melhoradas”, completa.
Empurrão político
A nova lei sobre os partidos, que entrou em vigor no começo de abril, proporcionará essa chance ao Partido Pirata.
Até o momento, todas as reuniões do partido têm sido realizadas no ambiente virtual, mas seus integrantes estão correndo atrás de investidores para financiar um congresso e de advogados que cumpram todas as formalidades.
De acordo com os cientistas políticos, os piratas têm grandes chances de se tornar um partido oficial, embora corram o risco de enfrentar problemas com o eleitorado.
“Os russos poderão estranhar o nome do partido, pois causa uma impressão bastante negativa”, comenta Pável Salin, especialista do Centro de Conjuntura Política. “Além disso, a inexistência de uma ideologia concreta e de um programa irão causar dificuldades”.
Os piratas russos vêm, na verdade, seguindo o exemplo dos colegas europeus. Durante a Conferência Pirata Internacional, que ocorreu em Praga em meados de abril, foi declarada a criação do Partido Pirata Europeu, que deverá concorrer nas eleições do Parlamento Europeu e conta com dois membros do Partido Pirata russo como copresidentes.
“Se eles começarem a trabalhar duro na defesa aos interesses dos usuários da internet, mais tarde ninguém nem vai ligar para o seu nome e eles receberão o apoio necessário”, finaliza Salin.
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