Foto: TASS
Na próxima cúpula da Otan, que será realizada no dia 20 de maio em Chicago, deve ser anunciado o esgotamento da capacidade operacional inicial do sistema de defesa antimísseis europeu.
Isso significaria que os EUA e Otan vão continuar desenvolvendo o sistema de defesa antimísseis sem levar em conta as preocupações russas, motivo pelo qual foi organizada a atual conferencia sobre defesa antimísseis.
De acordo com o ministro da Defesa russo Anatóli Serdiukov, muitas pessoas têm sido referido a um possível acordo sobre a defesa antimísseis como uma ‘missão impossível’. No entanto, segundo ele, o lado russo não concorda com essa tese.
“Agora, os nossos países enfrentam um dilema – ou seremos capazes de passar o teste de cooperação e responder em conjunto a ameaças de mísseis e desafios emergentes, ou seremos forçados a tomar medidas técnico-militares dependendo da implementação de planos antimísseis. Deve ser procurada uma saída, naturalmente, comum, e nós estamos prontos para um diálogo aberto”, disse durante o encontro.
Segundo o chefe do Estado Maior, o general Nikolai Makarov, Moscou desenvolveu critérios para a aplicação do sistema pelos quais seria possível assegurar que os sistemas antimísseis na Europa não estão dirigidos contra a Rússia.
Esses critérios devem incluir, em primeiro lugar, a velocidade dos mísseis de defesa, sua quantidade, o alcance do radar e a localização dessas instalações.
Durante a conferência sobre defesa antimísseis, especialistas militares e técnicos apresentaram os resultados de simulações de computador confirmando que os mísseis táticos russos são visíveis e estão ao alcance dos elementos do sistema de defesa antimíssil norte-americano a serem instalados na Polônia, na República Checa, na Eslováquia, na Romênia e na Bulgária.
“Em sua forma atual, o sistema europeu de defesa antimísseis pode ser dirigido apenas contra a Rússia, pois simplesmente não há outros mísseis dentro do alcance do sistema”, confirma o vice-presidente da Academia de Estudos Geopolíticos, Konstantin Sivkov.
Paralelamente, os EUA e a Otan estão tentando acalmar a parte russa, afirmando que a Aliança está pronta a adotar uma declaração política e estabelecer no papel o acordo que ambos os lados não usarão força um contra o outro.
Bruxelas propõe reafirmar os princípios do Acordo de Fundação de 1997 sobre Relações Mútuas, Cooperação e Segurança, mas Moscou não acredita em palavras, mas em fatos, e exige garantias jurídicas de que o novo sistema de defesa antimísseis não será dirigido contra o país.
O encontro da última quinta-feira em Moscou contou com a participação de mais de 200 representantes de instituições militares e peritos de 50 países, incluindo 28 nações da Otan.
Também estiveram envolvidos especialistas de países europeus fora da aliança, bem como da União Europeia, China, Japão, Coreia do Sul, da CEI (Comunidade dos Estados Independentes) e da Organização do Tratado de Segurança Coletiva.
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