Embaixadores discutem perspectivas do Brics

Foto: Voz da Rússia

Foto: Voz da Rússia

Foi realizada na semana passada, em Moscou, uma sessão sobre o desenvolvimento dos países do Brics. O evento contou com a participação de diplomatas dos Estados-membros – Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul –, além do vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguêi Riabkov.

O novo modelo de cooperação dos Brics foi o principal assunto da discussão proposta por Serguêi Riabkov. Segundo ele, o grupo não pretende ser uma força em conflito com outros grandes atores da arena internacional.

“Somos abertos, transparentes e é assim que deve ser. Os russos vêm consistentemente tentado mostrar a estabilidade do Brics, sobretudo para assegurar que os impulsos e ideias externas estejam sendo absorvidos, transformados, trabalhados a fundo e então apresentados de novo em nome da comunidade do Brics para avaliação e possíveis ações conjuntas com os demais”, disse.

Durante a reunião, o embaixador extraordinário e plenipotenciário da África do Sul na Rússia, Mandisi Bongani Mabuto Mpahlwa, também falou sobre as características únicas de cada um dos países-membros do Brics.

“Cada umas dessas nações tem presença significativa na região onde estão localizadas. E outro aspecto muito importante sobre o Brics: todos esses países possuem importantes habilidades econômicas, tecnológicas e financeiras”, disse.

Essa característica cria espaço para cooperação interna entre os Brics por meio de parceiras técnicas e também trocando competências entre diferentes países em acordos bilaterais ou que envolvam o grupo todo.

“Somos uma aliança de reformadores do sistema econômico e financeiro, e esse é o interesse estratégico mais profundo que nos une. Nos últimos dez anos, os Brics cresceram economicamente, falando por 420% em comparação aos somente 6 a 7% do G7”, afirmou o embaixador itinerante e coordenador sobre o Brics do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Vadim Lukov.

De acordo com Lukov, o Brics vem ganhando espaço na arena global, porém ainda é subjugado nas instituições internacionais.

“Neste ano o Brics irá contribuir com 56% do crescimento do PIB mundial, mas, por outro lado, continuamos imensamente sub-representados nas estruturas econômicas globais”, acrescenta.

Ao longo de seu discurso, o embaixador extraordinário e plenipotenciário do Brasil na Rússia, Carlos Antônio da Rocha Paranhos, mencionou que o Brics está aberto ao diálogo com outros países e organizações.

“O Brics não é um grupo fechado ou possui um tipo de mentalidade fechada. Estamos abertos para alcançar o dialogo com outros países ou grupos de países com a intenção de informa-los sobre nossas atividades e decisões”, concluiu.

“A primeira cúpula do Brics (incluindo a África do Sul) aconteceu em meados de abril de 2011 na China e o grupo já evoluiu bastante de lá para cá”, disse Serguêi Riabkov.

O termo Bric foi cunhado em 2001 pelo economista da Goldman Sachs, Jim O’Neill, para designar as então quatro potências mundiais com mais rápido crescimento econômico.

Em 2011, a África do Sul uniu-se ao grupo, que passou a ser chamado Brics. Segundo estimativas, as economias dos Brics juntas irão ultrapassar as do G7 até 2050.

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies