Premiê russo Vladímir Pútin (em segundo plano) durante cerimônia de assinatura de acordos realizada na residência de Novo-Ogariovo. Da esquerda à direita (em primeiro plano), estão os presidentes da United Shipbuilding Corporation, Roman Trotsênko, e
As duas empresas assinaram uma série de acordos, entre os quais o de criação de duas joint ventures para a realização de trabalhos no Mar Negro e no Mar de Kara e o de compra pela Rosneft de uma participação em três projetos da Exxon nos EUA e no Canadá.
Os projetos na plataforma continental exigem volumosos investimentos, razão
pela qual a Rosneft convidou grandes empresas russas e estrangeiras a explorar
conjuntamente 12 blocos da plataforma continental russa.
De acordo com o vice-primeiro-ministro russo, Igor Sétchin, os cálculos preliminares mostram que só para a exploração de jazidas do Mar de Kara há necessidade de construir pelo menos 15 plataformas flutuantes.
“As reservas permitem ter esperança quanto ao sucesso desse projeto que vai envolver grandes investimentos e apresentará condições de trabalho muito difíceis”, disse Sétchin.
Estima-se que o projeto do Mar de Kara demande investimentos de US$ 200 a 300 bilhões, enquanto o do Mar Negro, cerca de US$ 5 bilhões.
Segundo o cronograma das obras, os primeiros poços de extração nos mares de Kara e Negro deverão ser perfurados em 2015.
Presente na cerimônia de assinatura de contratos entre as duas empresas, Pútin deixou claro que os trabalhos conjuntos irão continuar ao longo das próximas décadas.
O
presidente do conselho de diretores da ExxonMobil, Rex Tilerson, afirmou que os
acordos alcançados ajudarão a empresa a ampliar sua presença e trabalho nessas
regiões, além de garantir a presença da Rosneft nos EUA, Canadá e outros
mercados.
Uma fatia na América
Conforme os acordos assinados na última segunda-feira (16), a Rosneft irá comprar da ExxonMobil uma participação de 30% no projeto desenvolvido pela empresa no bloco de La Escalera, no Texas, 30 % em 20 blocos no oeste do Golfo do México e 30% no bloco de Harmattan da camada de Cardium, na província canadense de Alberta.
De acordo com Sétchin, os projetos estão em vias de concretização, enquanto são negociadas as adesões de empresas russas.
As duas corporações concordaram em desenvolver conjuntamente tecnologias para a extração de reservas de petróleo de difícil acesso nas jazidas de Prirazlômni, Mamontóvski e Prióbski, na Sibéria ocidental.
Além disso, a ExxonMobil fechou dois memorandos de entendimento com a Rosneft e outras grandes empresas russas com o objetivo de desenvolver uma colaboração na criação de infraestrutura para projetos conjuntos.
União doméstica
A Rosneft convidou as maiores empresas petrolíferas privadas da Rússia – Lukoil, TNK-BP, Surgutneftegaz e Bashneft – e algumas empresas estrangeiras a se juntar aos projetos de exploração de 12 blocos da plataforma continental russa.
Alguns dos blocos oferecidos para a colaboração se encontram em uma área próxima à plataforma continental norueguesa, outros, perto da cidade de Magadan.
“Oferecemos os melhores e os mais ricos blocos em recursos energéticos”, disse Eduard Khudainátov, presidente da Rosneft, mas sem especificar quais empresas estrangeiras foram convidadas.
Em uma entrevista à agência Prime, o representante da Bashneft confirmou que sua empresa recebeu o convite e está examinando a proposta.
Segundo Khudainátov, a Rosneft oferece a eventuais parceiros uma participação de 30%. A proposta foi feita por ordem de Pútin, após uma reunião sobre as perspetivas da exploração de petróleo na plataforma continental realizada na semana passada.
Durante
o encontro, o primeiro-ministro disse que o imposto sobre a mineração para as
empresas envolvidas em projetos complexos no Ártico pode diminuir para cerca de
5% do preço dos produtos vendidos.
O premiê propôs ainda zerar o imposto sobre o patrimônio e o IVA aplicado ao equipamento importado para todos os novos projetos, independentemente de sua complexidade. Os novos projetos ficarão também isentos do imposto de exportação.
Tais condições não devem mudar durante um período de 15 anos a partir do início da exploração industrial de petróleo.
De acordo com Sétchin, o decreto sobre os incentivos fiscais para os projetos de exploração de petróleo na plataforma continental russa já foi assinado.
Enquanto isso, a autorização para operar na plataforma continental é concedida às empresas com uma participação do Estado de mais de 50% e experiência offshore mínima de cinco anos.
Atualmente só duas empresas públicas, a Gazprom e a Rosneft, têm o direito de operar em águas profundas.
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