O boom do mercado virtual

As empresas de e-commerce russas pedem a extinção de tarifas alfandegárias no comércio eletrônico com os países vizinhos. A medida, que poderá entrar em vigor até o fim do ano nas transações com a Ucrânia, promete estimular ainda mais o crescente mercado on-line da Rússia.

Clique para abrir. Infografico: Niyaz Karim

A clientela das empresas de e-commerce russas pode aumentar em algumas dezenas de milhões de potenciais compradores, caso as tarifas alfandegárias no comércio eletrônico com os países vizinhos venham a ser realmente eliminadas.


Embora tenha, no máximo, quatro anos de existência, o mercado russo de comércio on-line tornou-se o mais dinâmico da Europa.

Em 2011, a Rússia assumiu a liderança no setor entre os países europeus, e passou a frente da Alemanha e França.

Os russos estão se acostumando a fazer compras via internet, apesar dos boatos sobre numerosas tentativas de fraude na rede tenham afugentado muitos internautas e atrasado o desenvolvimento de tais ferramentas.

“As pessoas geralmente levam cerca de três anos entre seu primeiro acesso à internet e a primeira compra on-line”, conta Svetlana Sorókina, organizadora do Congresso de Mercado On-line da Rússia, realizado em meados de abril.

“Em 2012, um número muito grande de internautas russos completará o seu terceiro ano na rede, razão pela qual esperamos um generoso crescimento do mercado de e-commerce”, completa.

Calculadora digital


Só neste ano mais de 30 empresas de comércio tradicional que tinham atitudes muito críticas em relação ao ambiente virtual pretendem abrir lojas on-line.

Os representantes de varejistas virtuais estimam o volume de negócios do mercado de e-commerce em 2011 em US$ 9 bilhões contra os US$ 8 bilhões em 2010.

De acordo com as previsões da PricewaterhouseCoopers, o mercado de e-commerce russo irá crescer pelo menos 2,5 vezes nos próximos cinco anos.


O comércio varejista tradicional apresenta um crescimento mais lento, de 5 a 7% por ano.

Contudo, o percentual desse tipo de venda no volume total do varejo ainda é insignificante e não ultrapassa 1,6%, índice muitas vezes inferior ao registrado em outros países europeus.

No Reino Unido, por exemplo, o e-commerce representa mais de 10% de todas as transações comerciais. Apenas em Moscou o índice de vendas online é de 20% e se aproxima dos indicadores internacionais.

Mudança de comportamento


As grandes redes de varejo que operam na Rússia reconhecem o crescente potencial das lojas virtuais. Em algumas empresas, as vendas on-line de alguns tipos de produtos representam 20%.

De acordo com a Ozon, um dos primeiros e maiores varejistas on-line da Rússia, com um faturamento anual de aproximadamente US$ 290 milhões, os produtos mais procurados na internet russa são confecções (25%), eletrônicos (15%), livros (15%), cosméticos (13%) e produtos para crianças (9%), além de música e filmes (8%).

O mercado russo tem despertado o interesse de grandes empresas internacionais, como eBay e Amazon.

No ano passado, o percentual da receita total da Euroset, companhia celulares, cresceu de 1,5% para quase 5% no ambiente virtual.

A M-Video, uma das maiores vendedoras de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos da Rússia, também anunciou um aumento de 90% em suas vendas on-line em 2011. Estima-se que que, até 2015, suas vendas virtuais atinjam cerca de 25% da receita.

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