Arkádi Dvorkóvitch Foto: Reuters
Os chefes de Estado e empresários dos países do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul – irão se reunir nos dia 28 e 29 de março em Nova Déli, na Índia, para analisar, entre outras coisas, a participação dos países do grupo na direção de institutos financeiros internacionais.
“Serão discutidas as possibilidades de revisão das cotas de participação no capital do FMI”, diz o assessor do presidente russo, Arkádi Dvorkóvitch. Segundo ele, as cotas dos países do Brics devem aumentar até o fim de 2013.
Outra questão importante na agenda da cúpula é a criação de um Banco de Desenvolvimento comum dos países do Brics. Espera-se que a nova instituição financeira seja capaz de ajudar os países mais pobres da África, Ásia e América Latina.
De acordo com um estudo divulgado às vésperas da Quarta Cúpula dos Brics, os países do grupo aumentaram o auxílio a nações pobres em um ritmo dez vezes maior que os do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido ,França, Itália e Canadá) entre 2005 e 2010, apesar de os países desenvolvidos ainda serem responsáveis por um volume maior em termos de cooperação internacional.
O projeto ainda está em fase de parametrização. “Mas a ideia de concessão de empréstimos em moedas nacionais já foi fixada em um acordo geral de cooperação interbancária entre os países do Brics e será concluído durante a próxima cúpula”, adianta Dvorkóvitch.
Segundo Iákov Mírkin, chefe do setor de mercados de capitais internacionais do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia de Ciências da Rússia, os interesses do Brics se diferem dos do FMI ou do Banco Mundial pelo fato de construírem suas relações financeiras com grupos individuais nos países pobres.
“Os últimos acertos evidenciam o desejo dos países do Brics de multipolarizar as finanças globais e representam mais um instrumento de influência na atual conjuntura econômica”, afirma Mírkin.
Além disso, com o tempo a concessão de empréstimos em moedas nacionais e a ampliação dos fluxos comerciais permitirá aos países do Brics cotar suas moedas entre si, e não em relação ao dólar ou ao euro.
Atualmente, o nível de cooperação econômica entre os países do grupo é “inaceitavelmente baixo”, lamenta Dvorkóvitch. “As trocas comerciais da Rússia com todos os países do Brics, menos a China, não chegam a US$ 10 bilhões”, completa.
Mesmo assim, o assessor considera possível desenvolver uma cooperação entre os países do grupo em diversos pontos de inovação.
Diante de tais perspectivas, a Rússia levará para a próxima cúpula uma comissão sem precedentes, composta por representantes de 80 empresas nacionais, além de autoridades do governo.
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: