Foto: AP
Em resposta a um pedido de diálogo feito pelo grupo de seis mediadores internacionais (Rússia, Grã-Bretanha, Alemanha, China, EUA e França), o Irã aceitou ter um encontro em breve, segundo anunciou, na última terça-feira (13), o porta-voz da diplomacia iraniana, Ramin Mehmanparas, acrescentando que a reunião provavelmente acontecerá em Istambul.
Ao perceber que a enxurrada sempre crescente de declarações sobre um eventual ataque ao Irã já cruzou a linha que separa a pressão comum das ações concretas, e diante da ameaça de uma guerra real no Golfo Pérsico, o governo de Teerã achou preferível voltar à mesa de negociações, suspensas desde 2009.
Às vésperas da reunião, os principais negociadores tornaram públicas suas posições básicas sobre o problema iraniano.
“Faremos tudo para evitar um conflito militar dentro e em torno do Irã. Para nós, isso teria um impacto direto e muito negativo”, disse em fevereiro passado o presidente eleito, Vladímir Pútin. Concretamente, Pútin sugere reconhecer o direito do Irã de desenvolver seu programa nuclear civil e realizar o enriquecimento de urânio.
Em contrapartida, o Irã deve aceitar que seu programa nuclear seja controlado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Se esse plano der certo, Pútin sugere cancelar todas as sanções, inclusive unilaterais, contra o Irã. A Rússia sugere diminuir a pressão sobre o país sob a condição de que este prove o caráter pacífico de seu programa nuclear.
Na última terça-feira, em um artigo conjunto publicado no jornal “Washington Post”, o presidente dos EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, divulgaram sua posição conjunta, dizendo: “Como membros da comunidade internacional, aplicamos por unanimidade novas e mais severas sanções contra o regime iraniano, que viola suas obrigações internacionais. Acreditamos que ainda há tempo e possibilidades para solucionar diplomaticamente esse problema, razão pela qual coordenamos nossos passos diplomáticos com a China, França, Alemanha e Rússia, nossos parceiros do grupo dos seis”.
“Em um momento em que os EUA aplicam as mais duras sanções e a União
Europeia se prepara para impor um embargo às importações de petróleo iraniano, o
governo de Teerã tem uma escolha cada vez menor entre cumprir as suas
obrigações internacionais ou pagar por seu comportamento”, acrescentaram.
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