Gastos com sistema de localização por satélite russo aumentarão em 2012

Preparativos para o lançamento de três satélites Glonass-M (novembro de 2011) Foto: RIA Nóvosti / Serguêi Kazak

Preparativos para o lançamento de três satélites Glonass-M (novembro de 2011) Foto: RIA Nóvosti / Serguêi Kazak

Os gastos com a manutenção e desenvolvimento do sistema Glonass irão crescer significativamente nos próximos anos.

As falhas que marcaram as atividades do setor espacial russo em 2011 não desanimaram a Agência Espacial Russa (Roskosmos) de prosseguir seus  trabalhos para a construção de um sistema nacional de navegação via satélite concebido para ser uma alternativa eficaz ao GPS (Sistema de Posicionamento Global) norte-americano. A constelação de satélites do sistema Glonass já está em órbita.

Mais do que isso, os gastos com a manutenção e desenvolvimento do sistema irão crescer significativamente nos próximos anos. Se, no período entre 2001 e 2011, o programa federal da Glonass absorveu 107 bilhões de rublos (cerca de US$ 4 bilhões), os investimentos previstos para o período entre 2012 e 2020 serão da ordem de 347 bilhões de rublos (mais de US$ 11 bilhões).


A maior parte desses recursos será destinada à manutenção do grupo de satélites: serão lançados 13 satélites Glonass-M (o principal tipo de satélite usado no sistema russo) e 22 satélites da versão modernizada Glonass-K. Os satélites modernizados têm sua vida útil aumentada de dois ou três anos para sete anos na versão Glonass-M e para dez anos na versão Glonass-K, e uma precisão de posicionamento inferior a três metros.

Um elemento importante do sistema, destinado a melhorar sua precisão, serão as chamadas estações terrestres de correção diferencial e três satélites retransmissores em órbita geoestacionária. Esse sistema permite melhorar  a precisão do posicionamento mediante o fornecimento de  informações adicionais.

As estações terrestres localizam os satélites do sistema Glonass e transmitem, através de um satélite retransmissor, informações adicionais para os receptores dos usuários finais. Essas informações permitem atingir uma precisão de dezenas de centímetros no posicionamento. Até 2020, pretende-se atingir uma precisão de 0,6 metros contra os 0,7 metros no GPS.


Pelo menos 16 estações desse tipo serão instaladas na Rússia e duas na Antártida, nas bases antárticas russas Bellinshausen e Novolázarevskaia. As novas estações serão instalados em uma área entre o Brasil e a Indonésia para cobrir todo o hemisfério sul e promover o sistema Glonass na região atualmente dominada pelo GPS norte-americano.

Benefícios

 

Assim como o GPS, o sistema Glonass foi projetado a pedido de militares e a possibilidade de uso comercial passou a ser discutida só há alguns anos.

Os primeiros dispositivos comerciais ligados ao Glonass apareceram no fim de 2009.

Em 2011, as receitas da operadora de navegação NIS Glonass foram, de acordo com estimativas preliminares, de 3,3 bilhões de rublos (cerca de US$ 111 milhões), ultrapassando 4,5 vezes o resultado do ano anterior. O resultado financeiro depende também do desenvolvimento de projetos relacionados com a navegação por satélite, cujo número deverá aumentar.

“A partir deste ano, o sistema terá como motores adicionais de crescimento os programas regionais de implantação do Glonass que já foram aprovados em 15 unidades da Federação russa e em outras 46 se encontram em vias de elaboração”, disse, em um encontro com jornalistas, o diretor-geral da companhia NIS Glonass, Aleksânder Gurkó.


A maior parte dos programas de implantação do sistema se destina ao uso civil. A fase seguinte começará com o aumento da precisão do sistema. Quando for atingida uma precisão de menos de um metro, será possível utilizar o Glonass para o monitoramento das unidades industriais sujeitas a oscilações como pontes, arranha-céus e outras instalações.

Um sistema de navegação preciso é capaz de detectar oscilações e informar os centros de controle. Equipamentos capazes de se relacionar com os dois sistemas de navegação por satélite existentes serão instalados nas novas pontes de Vladivostok (no Extremo Oriente da Rússia) a serem construídas por ocasião da cúpula da APEC (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) que se realizará na Rússia em 2012.

Além disso, nos próximos anos, deverão ser implementados dois projetos estrategicamente importantes para o país e suas Forças Armadas. Trata-se do início da produção em série de munições guiadas por satélite e desenvolvimento de um sistema unificado de controle de unidades táticas. Faz muitos anos que os EUA desenvolvem sistemas teleguiados e de controle com base em seu sistema GPS. Portanto, a experiência norte-americana pode vir a ser útil à Rússia. 

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