Rússia repetirá projeto espacial Fobos se não chegar a acordo com agência europeia

Presidente da Agência Espacial Russa (Roskosmos), Vladímir Popóvkin Foto: RIA Nóvosti

Presidente da Agência Espacial Russa (Roskosmos), Vladímir Popóvkin Foto: RIA Nóvosti

A Rússia pretende repetir sua missão Fobos-Grunt se não chegar a um acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA) sobre sua participação no projeto ExoMars, informou, em um encontro com jornalistas, o presidente da Agência Espacial Russa (Roskosmos), Vladímir Popóvkin.

A Rússia pretende repetir sua missão Fobos-Grunt se não chegar a um acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA) sobre sua participação no projeto ExoMars, informou, em um encontro com jornalistas, o presidente da Agência Espacial Russa (Roskosmos), Vladímir Popóvkin.

“Estamos mantendo conversas com a ESA sobre a participação da Rússia no projeto ExoMars e se chegarmos a um acordo a esse respeito, nosso projeto Fobos ficará de lado. Caso contrário, vamos tentar lançá-lo outra vez”, disse Popóvkin.

Segundo ele, na origem do acidente com a sonda interplanetária russa Fobos-Grunt estaria uma falha do computador de bordo, provocada pela ação de partículas carregadas pesadas provenientes do espaço sideral.

A sonda Fobos-Grunt, a primeira lançada pela Rússia nos últimos 15 anos, foi projetada para trazer amostras de solo de uma das luas de Marte e partiu para o espaço na madrugada de 9 de novembro passado. Mas, devido a uma falha em seu propulsor de cruzeiro, a sonda não conseguiu assumir a trajetória prevista e ficou em órbita terrestre, caindo no Pacífico em 15 de janeiro. Todo o projeto Fobos-Grunt custou cerca de US$ 167 milhões, dos quais a construção da sonda envolveu cerca de US$ 40 milhões.

Popóvkin anunciou há algum tempo que a Roskosmos e a ESA iriam ajustar em fevereiro deste ano as questões relativas à participação da Rússia no projeto ExoMars e que a participação do país não se limitaria às funções de “taxi espacial”, incluindo também trabalhos científicos da missão.

Ainda de acordo com o presidente da Roskosmos, a Rússia aceitou oferecer à ESA um foguete-transportador pesado da classe Proton para lançar a ExoMars, já que a agência europeia teve recusado seu pedido nos EUA para lançar sua missão ExoMars por meio de um veículo lançador americano Atlas.

Inicialmente, o projeto conjunto da ESA e da Nasa, ExoMars, previa o lançamento, em 2016, de uma sonda orbital para a exploração de Marte e o desembarque de um módulo de pesquisa e, em 2018, o envio de um carro marciano. No entanto, a Nasa reduziu sua participação no projeto, alegando problemas financeiros, e se recusou a fornecer o veículo Atlas para o lançamento da sonda. Segundo fontes próximas à Nasa, essa decisão foi tomada devido ao aumento dos gastos financeiros com o telescópio espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), destinado a substituir o Hubble.


Enquanto isso, a Nasa declarou que, nos próximos meses, seus especialistas irão discutir os detalhes da possível participação no projeto marciano. De qualquer maneira, sua decisão terá como base os resultados dessa discussão e do exame da proposta de orçamento do país para 2013, prevista para ser aprovada em fevereiro de 2012, segundo informou em um comunicado a agência espacial americana. 

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