Ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbatchov Foto: Reuters
De acordo com Gorbatchov, os protestos que ocorreram em diversas cidades da Rússia depois das eleições parlamentares indicam insatisfação não só com relação à fraude eleitoral, mas também com o governo. Os acontecimentos de dezembro mostraram que a sociedade russa está pronta para defender seus direitos.
“As pessoas querem não apenas a demissão dos indivíduos responsáveis pelas fraudes, mas a mudança de todo o sistema político do país”, completou o primeiro presidente da URSS.
Gorbatchov caraterizou os acontecimentos de dezembro como uma crise política e constitucional, provocada pela relação autoritária do governo sobre o povo.
“Em um Estado democrático, o poder não deve ser privatizado por apenas um partido, ou por um grupo de cúmplices. As autoridades não devem estar acima da sociedade, da lei”, escreveu Gorbatchov.
O autoritarismo foi consagrado no país pela Constituição de 1993, elaborada durante a disputa entre Executivo e Legislativo. As regras básicas do conjunto de leis reconhecem a diversidade política e ideológica e proclamam que o poder deve provir do povo. Ao mesmo tempo, porém, dão ao presidente "poderes praticamente absotulos, ilimitados", de acordo com Gorbatchov.
Para ele, os sistemas político e econômico do país só poderão ser modernizados depois que a Constituição for reformada. O ex-presidente propõe organizar um referendo de uma única pergunta: "Você apoia a execução de reformas políticas e constitucionais que eliminem o autoritarismo e garantam a democracia?"
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