Força de paz no Sudão deixa o país e volta para a Rússia

Foto: RIA Nóvosti

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Seguindo decreto do presidente russo, Dmítri Medvedev, assinado e divulgado nesta terça-feira (24), a Força de Paz russa no Sudão deve concluir sua missão no país africano e regressar à Rússia.

De acordo com o decreto do presidente russo, Dmítri Medvedev, assinado e divulgado nesta terça-feira (24), a Força de Paz russa no Sudão deve concluir sua missão no país africano e regressar à Rússia. Segundo o ministério da Defesa russo, a retirada das tropas deverá começar em fevereiro e terminar até o dia 1º de abril.

“Os soldados russos cumpriram honradamente sua missão de paz e segurança nesse país africano”, assinala o presidente em um comunicado publicado em seu site oficial.

Até o dia 1º de abril, as tropas e os helicópteros de combate e de carga Mi-8MT, com suas armas e munições, devem ser levados do Sudão para a Rússia, cabendo ao ministério da Defesa dirigir o processo de retirada das tropas e ao ministério dos Negócios Estrangeiros informar os organismos internacionais da retirada das tropas russas devido ao fim das atividades da missão da ONU no Sudão.

Parte das tropas russas envolvidas na operação de paz da ONU no Sudão já foi retirada desse país africano em dezembro de 2011, de acordo com decreto presidencial de 23 de novembro de 2011.

“Para o transporte da Força de Paz e seus helicópteros para a Rússia, serão efetuados cerca de 20 voos em aviões de carga”, divulgou, nesta terça-feira, o porta-voz da Força Aérea Russa, coronel Vladímir Drik.

Segundo o coronel, o grupo aéreo russo no Sudão envolve cerca de 120 homens, entre os quais pilotos e pessoal de apoio, e quatro helicópteros de carga Mi-8MT, adaptados aos padrões da ONU, ou seja, levam a bordo radares, sistemas de navegação e sistemas de resgate conforme os requisitos internacionais, como informou a agência Interfax.


O grupo aéreo russo iniciou sua missão no Sudão em 2006 e é  responsável por cerca de 40% do tráfego aéreo no sul do Sudão.

O grupo é utilizado por observadores militares da ONU para voos pelo país, participa do transporte e acompanhamento de cargas e operações de busca e resgate.

Segundo o decreto presidencial, a decisão de retirar a Força de Paz russa do Sudão foi tomada com base na resolução de julho da ONU sobre o fim da missão naquele país africano.

No entanto, Moscou havia declarado anteriormente que iria retirar sua Força de Paz do Sudão porque as autoridades locais não podiam garantir sua segurança.

Os incidentes envolvendo russos têm sido regulares no Sudão.  Em dezembro passado, um funcionário da ONU acusou pilotos das companhias aéreas russas UTair e Nefteiugánski Otriad da prática de estupros durante a execução de voos humanitários na África. Em 28 de dezembro passado, os serviços secretos do Sudão do Sul detiveram, sem qualquer explicação, a tripulação da aeronave AN-32 de propriedade da transportadora aérea sudanesa Park Air. Entre os detidos havia o russo  Vladímir Popkov, bem como tripulantes da Ucrânia, Uzbequistão, Armênia e Sudão.


“Em 22 de janeiro, as autoridades do Sudão do Sul soltaram toda a tripulação, inclusive o russo, sem dar quaisquer explicações formais a respeito de sua detenção. Agora, todos os tripulantes, incluindo Vladímir Popkov, estão em Cartum e passam bem”, assinalou Iúri  Vidakas, primeiro secretário da embaixada russa na República do Sudão.

Anteriormente, a Rússia havia retirado do Sudão um grupo adicional de pilotos de helicóptero que se encontrava no país por ocasião do referendo sobre a separação do Sudão do Sul. Conforme o representante especial do presidente da Rússia para a cooperação com a África, Mikhail Marguelov, o prazo de estadia do grupo no Sudão terminou e seus membros voltaram para a Rússia. “O regresso não teve ligação com o incidente com a tripulação do An-32”, declarou. 

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