Brasil tem duas vezes mais otimistas que a Rússia

Infografico: Finmarket.ru

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Entre os países do Bric, o país menos otimista é a Rússia, com 25% dos entrevistados confiantes na melhoria de sua situação financeira nos próximos seis meses. No Brasil, os otimistas são mais de 50%.

A pedido do banco de investimentos Credit Suisse, a empresa de pesquisa AC Nielsen ouviu 14 mil pessoas em oito países - Brasil, Rússia, China, Índia, Indonésia, Turquia, Egito e Arábia Saudita - sobre sua situação financeira e preferências de consumo. Entre os países do Bric, o país menos otimista é a Rússia, com 25% dos entrevistados confiantes na melhoria de sua situação financeira nos próximos seis meses.

No Brasil, os otimistas são mais de 50%. Ao mesmo tempo, a Rússia tem um grande número de pessoas que acreditam que, num futuro próximo, sua situação só vai piorar. A China supera a Rússia em número de pessimistas, que também estão muito presentes na Turquia e no Egito, abalado por incessantes revoltas populares.

Qual a diferença entre um consumidor comum na Rússia e em outros países? Em primeiro lugar, o consumidor russo prefere gastar e não gosta ou não tem a possibilidade de economizar dinheiro – 60% das famílias russas não têm poupanças e aqueles que economizam costumam poupar apenas 9% de sua renda.

Nesse aspecto, os russos se parecem com os brasileiros, que também não economizam muito e destinam uma quantia inferior a 7% de sua renda à poupança. Em ambos os países, mais da metade dos participantes da pesquisa disseram que não têm dinheiro para poupar.

Tais respostas são típicas de habitantes de países pobres, como Egito, Turquia ou Indonésia. Os russos são, em média, muito mais ricos do que os egípcios, indonésios e até mesmo os turcos, mas seus cidadãos se assemelham aos indonésios e egípcios por gastarem uma parte significativa de sua renda com alimentação e habitação.

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De acordo com o levantamento, na Rússia os gastos com alimentos representam 35% da despesa total das famílias. Os gastos com habitação e serviços urbanos absorvem outros 14,5%. Indianos e chineses gastam muito menos em comida apesar de sua renda per capita ser menor.

Russos com renda superior à média nacional, também não demonstram o desejo de fazer economias, preferindo gastar seu dinheiro, inclusive com opções de entretenimento.

 

Os brasileiros, que também têm entre suas caraterísticas nacionais o hábito de viver o agora sem pensar muito no futuro, têm um perfil de despesas diferente. Daí seu otimismo. Gastam com a alimentação duas vezes menos do que os russos. Também gastam menos que os russos com habitação e serviços urbanos, preferindo investir dinheiro em outros segmentos como, por exemplo, imóveis.

É completamente diferente a vida na China e na Índia, onde sustentar os idosos e doentes e cuidar de seu futuro distante é um assunto privado. As aplicações na poupança na China e na Índia atingem cerca de 28% e 16%, respectivamente. 93% dos pesquisados na Índia e 88% na China têm poupanças bancárias (na Rússia, são menos de 20%). Convertidas em investimentos a longo prazo, essas poupanças fazem com que seus países cresçam economicamente duas vezes mais rápido do que a Rússia. 

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