Cientistas russos são cada vez mais procurados no exterior

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Crescente demanda por conhecimento científico e tecnológico no Ocidente estimula agências a fazerem ponte entre profissionais russos e empresas estrangeiras

Embora os cientistas ocidentais estejam acostumados a desenvolver ideias de olho no mercado, essa mentalidade continua praticamente inexistente entre os russos criados na União Soviética, e até mesmo entre alguns jovens cientistas. Entretanto, com a crescente demanda pelos conhecimentos e aptidões de cientistas e tecnólogos russos, esses profissionais vêm se tornando uma espécie de mercadoria.

As agências de transferência de tecnologia – organizações que fazem a ponte entre os criadores e as empresas que precisam de suas ideias e produtos – estão lucrando com o conhecimento científico dos russos. A transferência tecnológica acontece de duas maneiras. Em alguns casos, as agências fazem uma solicitação em nome de um cliente estrangeiro a um especialista com um certo conjunto de habilidades ou a uma pessoa específica.

John Neiper, diretor da agência de transferência tecnológica Griffin para o Leste Europeu, diz: “Os clientes mais frequentes são institutos de tecnologia americanos realizando pedidos complexos para corporações industriais. O principal cliente de transferência tecnológica é o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). Executamos de seis a dez solicitações desse tipo por ano. Os russos são tradicionalmente fortes em físico-química, astronomia, física quântica e microbiologia”. Uma vez que o contrato é assinado, a agência ganha um percentual referente ao salário do especialista.

Um segundo caminho para ligar os cientistas àqueles que precisam de suas habilidades é por meio de licenças sabáticas entre as universidades ou corporações russas e instituições do exterior. Isso permite que jovens especialistas trabalhem para parceiros estrangeiros por um período determinado. O funcionário compartilha seu conhecimento e tem a chance de ganhar um salário maior do que se estivesse trabalhando em casa.

No momento, o setor de construção civil domina esse tipo de transferência. “Empresas como a nossa têm tecnologias exclusivas para construir as mais complexas estruturas”, disse Ilía Rujanski, vice-diretora da Mostovik, uma grande companhia de projeto e construção que opera na Sibéria e no Extremo Oriente russo.

“No período soviético, costumávamos estabelecer contratos na África e na Ásia, e a parceria com o Ocidente era mínima; agora os profissionais formados pelo Instituto de Arquitetura de Moscou que são capazes de projetar pontes de grande extensão valem ouro. Eles podem concorrer a contratos anuais de até 200 mil dólares.”

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