Vista do palco montado na avenida Prospekt Sakharova Foto: Kiril Rudenko
No quarto protesto desde as eleições parlamentares do dia 4 de dezembro, neste sábado (24) cerca de 100 mil moscovitas pediram anulação das eleições (veja imagens panorâmicas do protesto), aumentando substancialmente em número de manifestantes. O primeiro protesto, realizado no dia 5 contou com apenas 5 mil participantes e teve cerca de 300 detenções.
Segundo dados oficiais, a demonstração de hoje contou com apenas 29 mil pessoas, enquanto opositores falam em até 200 mil. O canal de TV a cabo Dojd afirma que passaram pelos detectores de metais 80 mil pessoas. Ninguém foi detido, segundo dados oficiais do Ministério do Interior.
Ala preferencial reuniu manifestantes idosos Foto: TASS
“O governo deve acolher durante janeiro todas as leis citadas na mensagem [anual à Assembleia Federal realizada na última quinta-feira (22)] do [presidente Dmítri] Medvedev, ou seja, para reinstituir a eleição de governadores, de prefeito para Moscou, para legalizar partidos de oposição, alterar a lei para candidatura à presidência”, disse à Gazeta Russa o ex-vice-primeiro-ministro russo Boris Nemtsov.
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“Quando essas leis forem instituídas, as eleições têm que ser ser anuladas, já que elas foram ilegais, e, além disso, alteradas as eleições para presidente, já que tanto as eleições parlamentares quanto as presidenciais devem ser realizadas pelas novas regras”, completa.
O protesto contou com discursos de figuras importantes da oposição, como Nemtsov, o enxadrezista Garry Kasparov, o co-fundador do Partido da Liberdade do Povo Mikhail Kasianov, o blogueiro Aleksêi Naválni, além do ex-ministro das Finanças, Aleksêi Kúdrin. O ex-presidente soviético Mikhail Gorbatchov, cuja presença estava prometida para o evento, não compareceu.
"Não sou a Sveta de Ivánova", diz a placa em referência a vídeo que tornou-se viral Foto: Marina Darmaros
Entre a lista de demandas finais do comitê organizador, figuram a liberdade de presos políticos, a demissão do presidente do Comitê Eleitoral Central, Vladímir Tchurov, a legalização de partidos de oposição e a realização de novas eleições.
“Ainda não tenho 18 anos e não posso votar, mas estou aqui porque quero que tudo mude. Quero que haja mais verdade, que deem um basta na corrupção, que mintam menos para mim”, disse a moscovita Anna, 17 anos. A estudante carregava uma placa escrita à canetinha: “Não sou a Sveta de Ivanov”. Os dizeres se referem a um vídeo que tornou-se viral na internet, onde uma jovem se apresenta e enumera os motivos pelos quais dá preferência ao partido dominante: “ a agricultura melhorou, as pessoas passaram a se vestir melhor”, entre outros.
Ao contrário de eventos anteriores, protesto não resultou em dentenções
Foto: Kirill Rudenko
“Eu acho que ainda é preciso fazer mais um grande protesto antes das eleições presidenciais, em fevereiro, exigir o cumprimento de tudo o que Medvedev colocou em sua própria mensagem à Assembleia, e exigir realização das demandas feitas hoje na Prospekt Sakharova”, arrematou Nemtsov.
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