Stema radioeletrônico de fabricação russa Avtobaza Foto: rusarmy.com
Os EUA negam a hipótese de sua aeronave ter sido abatida pelos iranianos. Segundo fontes americanas, a aeronave simplesmente saiu da zona de controle da CIA e caiu quando o combustível acabou. Outra hipótese é que os iranianos tenham usado o sistema radioeletrônico de fabricação russa Avtobaza, entregue ao Irã em outubro passado. Esse sistema móvel se destina à busca de alvos emissores de radiofrequência, incluindo radares que fazem parte de aeronaves como o drone americano. Ainda assim, não está claro como os iranianos conseguiram interferir no controle da aeronave.
RQ-170 Sentinel. Os especialistas iranianos pretendem construir um drone próprio utilizando as tecnologias usadas na aeronave americana
A aeronave não tripulada stealth RQ-170 Sentinel é fabricada pela empresa Lockheed Martin e é um dos aviões mais secretos em serviço da Forças Armadas dos EUA.
É utilizado pelos americanos no Afeganistão desde 2007. Mesmo assim, os EUA se recusaram a reconhecer sua existência até 2009.
As especificações da aeronave são desconhecidas. Sabe-se, entretanto, que sua fuselagem tem um revestimento especial que lhe permite escapar da detecção por radares.
Segundo o ministro da Defesa iraniano, Ahmad Vahidi, a aeronave pesa entre 3.500 e 3.600 kg.
A aeronave RQ-170 foi usada pelos EUA para espionar o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, no Paquistão, onde ele foi capturado por uma unidade de forças especiais da Marinha dos EUA, no dia 1 de maio de 2011.
A queda do drone americano foi a segunda grande falha da CIA nos últimos meses. No final de novembro passado, Parviz Sorouri informou que 12 agentes da CIA, que supostamente planejavam atacar instalações militares e nucleares iranianas com a ajuda de Israel, foram detidos no país. Anteriormente, havia sido divulgada a informação sobre a exposição de uma rede de espiões americanos no Líbano e Irã.
Os iranianos não tardaram a tirar proveito do fato. Segundo disse o vice-presidente do comitê de segurança nacional e política externa do Irã, Hossein Ebrahimi, em entrevista ao canal Press TV, os especialistas iranianos pretendem construir um drone próprio utilizando as tecnologias usadas na aeronave americana.
Segundo tudo leva a crer, o avião espião colhia informações sobre as instalações militares e nucleares do Irã, que constituem uma grande dor de cabeça para os americanos desde a divulgação do relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Segundo o The Wall Street Journal, o governo dos EUA examinou seriamente a hipótese de uma operação de resgate de sua aeronave com o envolvimento de comandos, mas desistiu e deu preferência aos métodos diplomáticos.
De acordo com o Los Angeles Times, o secretário de defesa, Leon Panetta, e a secretária de estado, Hillary Clinton, duvidam da possibilidade de receber de volta a aeronave americana. Teerã parece ter assumido uma posição de linha dura em relação aos EUA. O representante do Irã na ONU, Mohammad Khazaee, chamou de ato de agressão a invasão do espaço aéreo iraniano pela aeronave americana e apresentou a respectiva queixa ao secretário-geral Ban Ki-moon, ao Conselho de Segurança e à Assembléia Geral das Nações Unidas. O destino do milagre tecnológico caído nas mãos dos iranianos parece estar decidido. Em entrevista à agência iraniana ISNA, o ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, declarou a aeronave americana propriedade da República Islâmica.
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