Russos foram ontem às urnas para eleger um novo Parlamento

O processo para a escolha de novos parlamentares na Rússia terminou neste domingo e até a véspera das eleições foram detectadas cerca de 1.500 infrações administrativas e abertos 31 processos penais por propaganda eleitoral irregular e falsificação de documentos que envolviam funcionários de partidos, de governos locais e das comissões eleitorais das regiões de Sarátov e de Penza, segundo relatos do ministério do Interior.

“Não haverá nenhuma fraude eleitoral”, disse o presidente da Comissão Eleitoral Central da Rússia, Vladímir Churov, acrescentando que não há, até agora, registro de incidentes graves que possam impedir as operações de voto.  

Apesar disso, Chúrov disse estar esperando para hoje eventos mais graves.

“Segundo informações que temos, a oposição está preparando ações ilegais”, acrescentou, pedindo aos membros das comissões eleitorais regionais que monitorem de perto a situação durante o processo de votação.

Os partidos e movimentos da oposição começaram a se preparar muito antes da eleição para contestar seus resultados. A prefeitura de Moscou, por exemplo, já recebeu 14 pedidos para a organização de uma manifestação no dia 04 de dezembro, segundo informou o diretor do departamento de segurança pública de Moscou, Viacheslav Kozlov.

“As manifestações públicas no dia da eleição não são proibidas desde que não tenham ligação com as operações de voto. As manifestações não autorizadas serão coibidas. Aqueles que pretendem convocá-las devem compreender bem que serão detidos e irão responder por suas ações”, advertiu Kozlov.

Um processo penal poderá ser instaurado contra a organização de direitos humanos A Voz, que está monitorando as ilegalidades eleitorais. Suas atividades foram denunciadas junto à Procuradoria Geral por deputados federais de três partidos parlamentares: o Rússia Unida, o Rússia Justa e o LDPR (Partido Liberal Democrático). Os denunciantes acusam a organização de direitos humanos de estar violando a Lei Eleitoral da Rússia e a Lei sobre a Comunicação Social, segundo informou a agência Interfax.

De acordo com um representante do partido Rússia Unida, Andrêi Nazarov, “na vida política interna da Rússia estão presentes organizações estrangeiras como a Fundação Nacional para a Democracia e o Instituto Nacional Democrático dos EUA” que financiam a organização A Voz.

Não são só os parlamentares que se preocupam com a “intervenção externa” na corrida eleitoral russa. No domingo passado, o primeiro-ministro russo, Vladímir Pútin, advertiu, durante o discurso em que oficializou sua candidatura à Presidência do país, as democracias ocidentais contra a intervenção no processo eleitoral na Rússia, aconselhando-as a não desperdiçar dinheiro com isso.

Qualquer intervenção é vista com desconfiança, mas aqueles que vão à Rússia para observar o processo eleitoral são bem vindos. Segundo Vladímir Churov, a Comissão Eleitoral Central registrou mais de 650 observadores estrangeiros, inclusive os delegados da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa.

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