Bairro nobre com vista para o Kremlin

Vista privilegiada do Kremlin, do outro lado do rio Foto: Lori / Legion Media

Vista privilegiada do Kremlin, do outro lado do rio Foto: Lori / Legion Media

Reduto de artistas e intelectuais, área abriga bares e fábrica de chocolate Outubro Vermelho, há anos transformada em galeria.

Vista privilegiada do Kremlin, do outro lado do rio Foto: Lori / Legion Media 

O primeiro bairro nobre da capital, com um sofisticado complexo de apartamentos, além de restaurantes, lojas e um hotel de luxo, estimado no valor de US$ 300 milhões, pode surgir bem em frente ao Kremlin em um futuro próximo.

De acordo com a DB Development, a empresa assinou contrato para desenvolver o projeto numa área de 30 mil m ² na área central de Moscou.

A DB é um empreendimento conjunto do Deutsche Bank e da construtora austríaca Strabag e irá desenvolver o plano na margem do rio Moscou, desde a ponte Kâmenni à residência do embaixador britânico.

O projeto, cuja área total cobrirá 86.622 m ² , inclui um complexo de apartamentos de 36.549 m ² , um hotel butique de 18.973 m ² – ambos administrados pela rede Four Seasons – e um estacionamento subterrâneo para 400 carros. Também irá incorporar diversos prédios históricos da região.

“Uma área para pedestres será criada à beira do rio, na Sofískaia Naberêjnaia, e será repleta de lojas e restaurantes”, anuncia comunicado da DB Development.

A implementação do projeto deverá proporcionar a Moscou seu primeiro “bairro realmente nobre, com uma atmosfera própria e centros de lazer tão famosos quanto o Centro Guggenheim, em Nova York, e o Centro Pompidou e o Museu d’Orsay, em Paris”, ainda de acordo com o comunicado.

“O investimento total chega a US$ 300 milhões”, diz Dmítri Garkucha, diretor da DB Development. Sua empresa, que irá garantir o financiamento, planeja estabelecer negociações com diversos bancos, incluindo o Alfa Bank, Sberbank e Deutsche Bank, para concessão de empréstimos, informou Garkucha. A Strabag será responsável pelo desenvolvimento do trabalho.

“Considerando que a área da construção está localizada no centro histórico de Moscou – um espaço protegido onde a edificação em larga escala é proibida – a principal barreira que o projeto poderia enfrentar seria conseguir um alvará das autoridades da cidade”, disse Aleksêi Moguila, diretor do departamento comercial da imobiliária Penny Lane Realty.

Garkucha promete que a construção, estimada para começar no próximo ano, não irá arruinar a linha do horizonte do centro da capital.

A localização em frente ao Kremlin torna o projeto exclusivo, segundo Dmítri Khalin, sócio da imobiliária de alto padrão Intermark Savills.“Não existe nenhum outro lugar com uma vista igual para o Kremlin; é a vista mais valiosa de Moscou e assim continuará pela próxima década”, disse por telefone.

O loteamento do terreno, que os analistas afirmam valer entre US$ 160 milhões e US$ 200 milhões, era antes desenvolvido por duas firmas – Kremlin Sait e Kâmenni Most –, cujo controle acionário foi recentemente adquirido pelo Alfa Group.

As duas empresas eram controladas anteriormente por Achot Eguiazarian - deputado da Duma (Câmara dos Deputados na Rússia) que corre risco de ser preso por uma fraude milionária em Moscou, por meio de uma empresa offshore -, e estavam entre os bens congelados no ano passado depois do início das investigações.

Andrêi Kotcherov, porta-voz da unidade de investimento A1 do Alfa Group, confirmou que a empresa havia comprado os ativos, mas se recusou a fornecer detalhes sobre o acordo.

Diversas fontes próximas informaram ao jornal Vedomosti que os ativos adquiridos pelo grupo tinham sido liberados pelo tribunal.

“Entre outras vantagens do projeto estão o tamanho do terreno e o fato de combinar um complexo de apartamentos com hotel sofisticado sob uma única administração”, disse Khalin, acrescentando que os apartamentos do complexo seriam muito requisitados por membros da elite regional ansiosos por exibir seus status.

Os preços dos imóveis no complexo poderiam variar de US$ 30 mil a US$ 60 mil por metro quadrado, dependendo da arquitetura interna do apartamento, disse.

Segundo Garkucha, pode demorar até dez anos para o hotel e o complexo de apartamentos se tornarem rentáveis.

“O número de contratos mensais fechados com propriedades desse tipo em Moscou raramente chega a sete”, disse Khalin.

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