A conferência reuniu os embaixadores extraordinários do Brasil, Índia, China, África do Sul, representantes do ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Academia de Ciências, centros de análise, assim como renomados cientistas, diplomatas e emp
A conferência reuniu os embaixadores extraordinários do Brasil, Índia, China, África do Sul, representantes do ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Academia de Ciências, centros de análise, assim como renomados cientistas, diplomatas e empresários russos e estrangeiros.
Segundo Reitor do Mgimo, A. Torkunov, nos últimos anos, os países do Brics têm sido classificados nos discursos internacionais como “gigantes emergentes”. Esses cinco países têm um papel cada vez mais relevante nas relações internacionais, concentrando 25% da superfície terrestre, cerca de 40% da população mundial e um PIB euquivalente a US$ 15.435.000 trilhões.
Segundo a Goldman Sachs, até 2050, o tamanho total das economias dos cinco países irá superar o tamanho global das economias dos países mais ricos do mundo.
O reitor destacou como traço marcante do grupo Brics “sua natureza positiva, a fidelidade dos países membros aos princípios do multilateralismo, seu desejo de buscar soluções coletivas e a falta de preconceitos ideológicos em suas atividades”, assinalando em especial que o Brics não atenta contra outros países. As cúpulas do Brics têm se tornado parte integrante da vida internacional. Essas reuniões são um mecanismo multilateral eficaz de harmonização das posições dos países membros e busca de soluções coletivas das questões do desenvolvimento global.
“A participação da Rússia no Brics não é apenas uma possibilidade de influenciar estrategicamente as relações internacionais, mas também um importante fator de promoção da modernização e desenvolvimento via aplicação de inovações”, salientou o orador.
Após o discurso inaugural do reitor do Mgimo, a palavra foi passada ao embaixador
itinerante, vice-representante do presidente da Federação da Rússia no G-8,
coordenador do ministério dos Negócios Estrangeiros para as questões do G-20 e
dos BricsRICS, Vadim B. Lukov.
Segundo o embaixador Lukov, pela primeira vez no pós-guerra, surgiu uma aliança tão forte que, apesar do ceticismo de seus oponentes, não se baseia em interesses conjunturais, mais sim, nos interesses estratégicos a longo prazo dos países aliados. No primeiro plano está o interesse comum dos países do grupo Brics em reformar substancialmente o sistema econômico e financeiro mundial. Essa reforma, segundo o diplomata, deverá “refletir a mudança do peso dos chamados países gigantes emergentes na economia mundial”. Em primeiro lugar, na ordem do dia está uma reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), que deverá estar concluída até 2014, e do Banco Mundial. De acordo com o embaixador Lukov, os cinco países membros têm interesses e desafios comuns, dos quais o principal é a modernização econômica. O embaixador acentuou também a “complementaridade das cinco economias e de seus recursos naturais, intelectuais e outros para a aceleração da modernização de todas as esferas de suas atividades”.
Em seguida, discursaram os embaixadores extraordinários dos países do grupo Brics. O embaixador do Brasil na Rússia, Carlos Antônio da Rocha Paranhos, disse que o surgimento do Brics foi condicionado por uma necessidade vital e não por uma cortesia diplomática e que os países membros têm economias dinâmicas, enormes mercados de consumo e um papel cada vez mais ativo nos assuntos internacionais. Tudo isso cria condições para o aprofundamento da cooperação entre eles nos mais diversos domínios.
O diretor do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia de Ciências da Rússia, A.A. Dínkin, destacou a importância da aliança como fator de estabilização das atuais relações globais e elo de ligação nos processos de negociações no âmbito do G-8, G-20 e outros organismos internacionais. O diretor do Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, M.L. Titarenko, falou da contribuição do Brics para o desenvolvimento do multicentrismo nas relações internacionais contemporâneas, destacando em especial o papel da aliança no diálogo entre as civilizações, uma vez que o Brics representa um conjunto de grandes culturas antigas.
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