Estação interplanetária automática Fobos-Grunt Foto: federalspace.ru
Preparações para o lançamento no espaço da estação interplanetária automática Fobos-Grunt Fotos: federalspace.ru
A sonda espacial Fobos-Grunt (Fobos-Solo) chegou à base de lançamentos de Baikonur na segunda-feira, dia 17, a bordo de um avião de carga An-124-100 Ruslan. Segundo anunciou a Agência Espacial Russa (Roskosmos), o lançamento deverá ser realizado no dia 9 de novembro próximo. Essa data foi escolhida porque a viagem da sonda a Marte envolve uma série de manobras que só podem ser efetuadas com uma determinada posição dos corpos celestes um em relação ao outro.
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A missão, orçada em cerca de R$ 280 milhões, levará três anos. Segundo os autores do projeto, esse montante não é grande porque projetos semelhantes da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA) e da ESA (Agência Espacial Européia) custam entre R$ 250 e R$ 480 milhões.
Os trabalhos para o desenvolvimento de uma estação automática começaram na década de 1990, prevendo-se que a sonda levasse propulsores elétricos, entre outras inovações.
No entanto, devido a dificuldades financeiras, os trabalhos demoraram e o lançamento marcado para 2004 não chegou a ser realizado. Mais tarde, a concepção de sonda foi completamente mudada. Em 2009, o lançamento foi adiado pela segunda vez, devido, segundo um comunicado oficial, a erros no projeto.
Os objetivos da missão marciana
A missão Fobos-Grunt
consiste de várias fases. A primeira fase, que será iniciada no dia 9 de
novembro, é o
lançamento da sonda. A sonda deverá partir para o espaço da base de lançamentos
de Baikonur acoplada ao veículo lançador Zenit-2SL B. A fase de viagem Terra-Marte
começará quando a sonda assumir a trajetória de voo rumo a Marte e terminará quando
a sonda se aproximar o máximo possível do planeta vermelho. Essa fase vai durar
entre 10 e 11,5 meses.
Em seguida, a sonda procederá aos estudos do satélite marciano Fobos e de Marte, devendo realizar uma série de experiências no âmbito do estudo de parâmetros físicos do espaço marciano.
Na fase seguinte, a sonda vai realizar o monitoramento remoto de Fobos,
assumindo uma órbita próxima da do satélite. Isso permitirá obter informações sobre as
características da superfície de Fobos.
Em seguida, a sonda deverá pousar em Fobos e colher amostras de solo, das quais 100 ou 200 gramas deverão ser trazidos para a Terra. A sonda examinará também a superfície no local de pouso. Depois, os dados obtidos durante o estudo das amostras de solo em laboratórios terrestres serão confrontados com os resultados do exame do solo no local de pouso. A missão deverá responder a algumas questões de grande importância científica e definir os parâmetros geológicos e químicos do local de coleta de amostras de solo e das amostras a serem trazidas para a Terra, assim como identificar as caraterísticas físicas e químicas do solo e subsolo de Fobos.
Também terão grande importância científica os estudos do espaço circundante de Marte (poeira, plasma, campo magnético, situação radiológica) e dos parâmetros da órbita de Fobos e de seu movimento em torno de seu eixo. A Fobos-Grunt realizará ainda o monitoramento da dinâmica global da atmosfera marciana e de tempestades de poeira em Marte e permitirá, entre outras coisas, verificar a hipótese de que o satélite capturado pelo campo gravitacional de Marte é um asteróide.
A Sonda Espacial
A sonda espacial Fobos-Grunt compreende um módulo de vôo, um propulsor de
cruzeiro, um motor de frenagem e um módulo de retorno e foi desenvolvida
pelo consórcio Lávotchkin, onde haviam sido projetadas todas as sondas lunares
e interplanetárias soviéticas. As obras foram dirigidas pelo diretor-geral do
consórcio G.M.Polichuk.
O comboio espacial levará também para Marte um satélite chinês, o YH-1, que será colocado em órbita elíptica do planeta vermelho e tem um programa de estudos preparado por cientistas chineses.
Vista geral da sonda (projeto do consórcio Lávotchkin)
Módulo de retorno
Módulo de vôo e pouso
Unidade de propulsão
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