Rússia vê com prudência compra de títulos da dívida de países da zona do euro

Vice-ministro da Fazenda russo, Serguêi Storchak Foto: RIA Nóvosti

Vice-ministro da Fazenda russo, Serguêi Storchak Foto: RIA Nóvosti

A Rússia vai abordar com muita prudência e ponderação a hipótese de compra de debêntures dos países da zona do euro, incluindo os títulos da dívida da Itália e Espanha.

O anúncio foi feito hoje pelo vice-ministro da Fazenda russo, Serguêi Storchak, que não excluiu, entretanto, que tais investimentos possam acontecer.

“Isso é bem possível. Devemos analisar a situação e abordar essa questão com prudência”, disse o vice-ministro em entrevista à agência Reuters.

Ao comentar as declarações do Brasil sobre a iniciativa dos países do grupo Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) de tentar salvar a zona do euro mediante a compra maciça de eurobônus, Serguêi Storchak mostrou-se surpreso, dizendo que não ouviu falar de negociações preliminares a esse respeito.

Ao mesmo tempo, Storchak disse que a Rússia não descarta a hipótese de sua participação nas negociações, caso essas aconteçam durante a reunião dos ministros da Fazenda dos países do grupo Brics por ocasião do congresso semestral do FMI, que se realizará em 22 de setembro em Washington.

Nos últimos dias, a imprensa tem veiculado a notícia de que o processo de salvação da zona do euro iria contar também com a participação dos países desenvolvidos. Um pouco antes, circularam os boatos de que os títulos italianos teriam sido comprados pela China e que a Rússia e a China teriam investido nas obrigações gregas. Mas nenhum desses boatos foi confirmado pelas autoridades oficiais.

Atualmente, os países problemáticos na zona do euro (Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda e Itália) estão enfrentando dificuldades em termos de refinanciamento de suas dívidas mediante novos empréstimos. Devido à difícil situação financeira, as taxas de juro de títulos da dívida desses países estão em alta, o que dificulta muito sua venda. Enquanto isso, os programas de apoio do Banco Central Europeu (BCE) preveem a compra de títulos da dívida só no mercado secundário.

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