Foto: www.the-village.ru
Batizado de sleepbox, o espaço para dormir e descansar foi instalado no terminal de trem Aeroexpress, dentro do aeroporto internacional de Cheremétievo. A cápsula, que possui duas beliches, tem o mesmo layout das cabines de trem, mas por enquanto ainda não está em funcionamento.
Não se sabe quando o sleepbox de Cheremétievo será inaugurado. “É um modelo piloto. A proposta é equipar o terminal com áreas móveis de descanso, mas ainda não foi definido quando começará a funcionar e se haverá mais cápsulas deste tipo no aeroporto”, disse Vadim Semíkin, porta-voz do terminal Aeroexpress.
“Queremos que os passageiros conheçam essa novidade”, disse Aleksêi Goriaínov, autor do projeto. Por enquanto a cápsula de Cheremetievo é o único protótipo existente, mas seus autores têm intenção de instalar aproximadamente 30 modelos em um dos hotéis da capital. Segundo os planos de Goriaínov, as cápsulas do sono poderiam futuramente ser instaladas não apenas em aeroportos, mas também em estações de trem e terminais de ônibus.
Vários países do mundo já tiverem experiência com essas cápsulas de descanso, mas os autores moscovitas do projeto sleepbox garantem que sua ideia é única. “A principal diferença da nossa área de descanso em comparação aos demais hotéis-cápsula é a possibilidade de instalar o sleepbox diretamente na sala de espera de um aeroporto, para aqueles passageiros que passaram pelo controle de imigração, mas se veem obrigados a esperar horas pelo voo; nesse meio tempo, ao menos poderão relaxar um pouco”, destaca Gorianov.
No terminal de trem Aeroexpress do aeroporto Cheremétievo já existe um hotel-cápsula, chamado assim devido ao tamanho reduzido dos quartos – na verdade, são pequenos cubículos com banheiro. O tempo mínimo de permanência é de quatro horas e para utilizar o quarto individual mais barato por esse período é preciso pagar 1.490 rublos, o equivalente a US$50; cada hora adicional sai 300 rublos (ou US$10). O sleepbox, segundo os autores do projeto, custará cerca de 400 rublos por hora (US$13) por pessoa em uma cápsula dupla e 500 rublos por hora (US$17) em uma cápsula individual.
No entanto, especialistas em medicina do sono têm dúvidas sobre a eficácia do sleepbox como um espaço onde alguém possa, de fato, dormir bem. “Não será nada fácil pegar no sono em uma cápsula assim, no meio de uma sala de espera de aeroporto”, afirma Roman Borzunov, diretor do departamento de medicina do sono do Hospital de Barvikha. De acordo com o médico, os passageiros que estão esperando um voo raramente são capazes de relaxar por completo. “Portanto, só seria capaz de se enfiar numa cápsula e dormir tranquilamente uma pessoa no estilo de Stierlitz (protagonista de uma famosa série soviética sobre espiões, uma espécie de versão russa de James Bond). Mas há muito tempo não vejo uma pessoa assim em nossa metrópole”, brinca Borzunov.
Como todas as invenções incomuns e extremamente práticas, o primeiro hotel-cápsula apareceu no Japão, mais precisamente na cidade de Osaka, em 1979. Mais tarde, a experiência foi adotada por outros países, e esse tipo de hospedagem acabou surgindo também na Polônia e na China. A empresa britânica YO! Company se inspirou na ideia japonesa para criar a rede de hotéis-cápsula Yotel, que hoje funciona nos aeroportos londrinos de Heathrow e Gatwick, no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, e na Times Square, em Nova York. Foi somente em 2009 que o Cheremetievo ganhou o seu próprio hotel-cápsula.
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