Moscou é um lugar hiperpovoado

Apesar de Moscou ser um dos líderes mundiais em ocupação de solo, há um evidente déficit de moradia na capital russa. Foto: Oleg Kharséev/Kommersant

Apesar de Moscou ser um dos líderes mundiais em ocupação de solo, há um evidente déficit de moradia na capital russa. Foto: Oleg Kharséev/Kommersant

Para reduzir a enorme densidade habitacional da capital russa, a prefeitura local cria projetos de incorporação de novos territórios e quer reduzir o volume de construções de novas moradias.

Se o atual ritmo da construção civil for mantido, Moscou precisará de mais 15 anos para alcançar um índice pelo menos 22 metros quadrados de moradia por habitante, sem levar em conta o crescimento populacional ao longo desse período. Para chegar à média europeia, seriam necessários, no mínimo, 75 anos, e, para alcançar o nível dos Estados Unidos, 212 anos. Em teoria, Moscou dispõe de recursos para construir essa quantidade de moradias nas zonas industriais e nos bairros com prédios antigos de cinco andares.

A política do nova prefeitura de Moscou tem como objetivo reduzir o volume de construção de habitações. As autoridades têm preferido dar prioridade à construção de vias e infraestrutura de transportes, tais como novas estações de metrô. Tal decisão tem seus motivos: a densidade de construção em Moscou é uma das mais altas do mundo. De acordo com o centro de análises Gdeetotdom.ru, esse índice é de sete mil metros quadrados por hectare, ou seja, de 1,5 a duas vezes mais do que na Europa.

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Não é nenhum exagero afirmar que Moscou está superpovoada. Na cidade, lá vivem 10,5 mil pessoas por quilômetro quadrado, motivo pelo qual ocupa a 21ª posição no ranking mundial de cidades com maior densidade populacional. Em comparação, em Londres, esse índice é de 5,1 mil pessoas por quilômetro quadrado; em Roma, 2,2 mil pessoas; em Tóquio, 4,75 mil; e, em Nova York, 2,05 mil. Entre as cidades da Europa, apenas Paris tem densidade populacional maior que Moscou, com 20,1 mil pessoas por quilômetro quadrado. Algumas cidades asiáticas – Beijing tem 11,2 mil habitantes por quilômetro quadrado e Mumbai e Calcutá, na Índia, 28,5 mil e 23,9 mil, respectivamente –  também superam esses dados.

Após a incorporação de novos territórios, Moscou ganhará mais espaço livre: 144 mil hectares serão agregados aos 109 mil hoje existentes. No entanto, de acordo com a prefeitura, serão necessários, no mínimo, cinco anos para preparar os novos terrenos e outros 15 para construir a primeira parcela dos edifícios planejados. Além disso, como destaca um promotor, a atividade empreendedora continuará concentrada dentro dos limites atuais – ou seja, a densidade populacional real vai diminuir muito pouco.

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