Visita traz promessa de bons negócios

Foto: Encontro de Minnikhánov com presidente do Brasilinvest. Rinát Sáfin da assessoria de imprensa do presidente do Tatarstan

Foto: Encontro de Minnikhánov com presidente do Brasilinvest. Rinát Sáfin da assessoria de imprensa do presidente do Tatarstan

Viagem do presidente da república do Tatarstan ao Brasil traz possibilidades de cooperação em setores como ônibus e carne de vaca.

De 16 a 19 de agosto, o chefe da república do Tatarstan, Rustam Minnikhánov, foi ao Brasil em visita oficial, visando estabelecer cooperação entre as duas regiões em setores como petroquímica, agricultura e produção de autopeças. Essas diretrizes definiram a composição da delegação que acompanhou o presidente, composta pelo diretor-geral da sociedade petrolífera Tatneft, pelo diretor-geral da maior produtora russa de caminhões KamAZ, pelo presidente do Conselho dos Diretores do banco Ak Bars e pelo diretor da holding do mesmo grupo. “Devemos eliminar os preconceitos referentes à grande distância que separa a Rússia e a América Latina e superar a cautela excessiva das nossas empresas na conquista de novos mercados”, declarou.

Os principais pontos do programa da delegação da república russa presente ao Brasil foram negociações com o presidente da holding Brasilinvest, com as companhias JBS e Marco Polo e uma visita a um dos maiores centros industriais e de transportes do país sul-americano, ainda em construção, situado na cidade de Campos, no Rio de Janeiro.

Diretor do departamento das relações externas do presidente do Tatarstan, Iskandér Muflikhánov informou à agência ITAR-TASS que Rustam Minnikhánov e Mário Guarnero, presidente do Brasilinvest, em São Paulo, criaram um grupo de trabalho para fomentar uma cooperação entre o Tatarstan e o Brasil. “As partes discutiram colaborações no campo da construção de máquinas, da produção química e da petroquímica, da construção naval, do setor agrário e do setor de tecnologia da informação, bem como da educação e dos esportes”, afirmou ele. “Estamos abertos ao diálogo. Para mim, Tatarstan é um parceiro seguro e estou pronto a estudar propostas concretas referentes a todas as possibilidades de uma cooperação vantajosa”, sublinhou Garnero.

No encontro da delegação do Tatarstan com a direção da JBS, Minnikhánov falou sobre o complexo agroindustrial da região russa e disse estar interessado no desenvolvimento de uma cooperação, salientando que os investidores estrangeiros encontrariam lá uma infraestrutura industrial desenvolvida e inovadora, bem como um alto potencial científico e técnico. Os dirigentes da empresa sul-americana foram convidados a visitar a república para vê-la in loco e, assim, analisar uma possível criação de uma joint venture no campo da produção da carne de vaca. Marcus Pratini de Moraes, integrante do conselho direitivo da JBS, também se mostrou interessado a uma cooperação industrial a fim de conquistar novos mercados.

A produtora russa de caminhões KamAZ aproveitou a visita para fazer importantes negociações com os representantes da brasileira Marco Polo. Eles firmaram um acordo sobre a produção de um ônibus misto, com chassi feito por eles e carroceria brasileira. “Esse é o nosso primeiro passo concreto ao encontro do país. Levando-se em consideração o enorme potencial da maior nação da América Latina, podemos realizar muitos projetos”, sublinhou Minnikhánov.

Ele salientou que as ricas possibilidades de uma cooperação só não se materializam porque as partes não se conhecem tão bem. “Para nós, o Brasil é um livro não aberto”, assinalou o presidente do Tatarstan. Em setembro, a KavAZ e a Marco Polo apresentarão, na exposição Komtrans, a ser realizada em Moscou, o projeto do ônibus criado em conjunto. Foi esta a opinião de Seruei Kogoguin, membro da delegação regional russa que está no Rio do Janeiro.

 “Trata-se de um ônibus de primeira classe, com oito metros de cumprimento, 21 lugares para sentar e capacidade de se transportar até 45 pessoas”, esclareceu Kogoguin. Segundo ele, a produção em série dessas máquinas deve começar no ano que vem. José Rubens de la Roça, diretor-geral da Marco Polo, afirmou que o projeto conjunto permite unir a grande experiência da  empresa brasileira na produção de ônibus ao potencial industrial e técnico da KamAZ. “Já temos experiências de trabalho na Rússia, onde os nossos ônibus rodam com êxito há quarto anos”, assinalou Roça. “Acreditamos que o veículo terá sucesso na Rússia, onde nos próximos anos haverá grande necessidade de novos ônibus”, completou.


Detalhes

- Criada em 1975 em São Paulo, a Brasilinvest tem investimentos em finanças, telecomunicações, infraestrutura e agricultura no Brasil e outros países. Tem 80 parceiros em 16 nações.

- A JBS foi inaugurada em 1953 e é uma das maiores produtoras mundiais de carne de vaca.

- A Marco Polo já atua na Argentina, no México, na Colômbia, na Índia e no Egito. Tem fábricas na África do Sul e China. No Brasil, possui três filiais. Também é dona de 45% do capital da gaúcha Neobus, que deve produzir 20,5 mil ônibus no país até o fim deste ano.


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