Foto: Serguêi Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia. AFP East News
O ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, Serguêi Lavrov, está de viagem à América Latina, com passagens por El Salvador, pelo Peru e pela Venezuela. Representante oficial do ministério, Aleksandr Lukashévitch salientou que um dos objetivos principais da visita é reforçar o diálogo politico entre os países por meio de relações comerciais e econômicas.
“A circulação de mercadorias nessas regiões, em 2010, cresceu em 15%, atingindo um valor de US$ 12,4 bilhões (R$ 19,84 bilhões). E temos outros projetos conjuntos nos setores nuclear e espacial”, salientou o diplomata. “Grandes companhias russas, inclusive a Gazprom, a LUKoil e a Inter RAO EES, estão manifestando interesse em investir na região”.
De acordo com Lukashévitch, há acordos do gênero com a Argentina, o Brasil, a Venezuela, a Colômbia, Cuba, a Nicarágua, o Peru e o Chile. Também foram firmados pactos com o Equador e há a possibilidade de acertos com a Guatemala, o Panamá e o Uruguai. Neste processo, merece atenção especial o processo de restabelecimento de voos diretos da Aeroflot e Transaero para os seguintes países: Brasil, Argentina, México, Venezuela, Peru, Panamá, Nicarágua, Cuba e Chile.
No decurso das conversações a serem realizadas em San Salvador (capital de El Salvador), deve ser firmado um acordo de bases legais sobre a qual as relações entre os dois países devem se desenvolver. “Isso lançará sólida documentação jurídica à cooperação bilateral entre as nações, em várias direções”, salientou Lukashévitch. “As nossas tarefas imediatas consistem em acertar convênios que ampliarão a base contratual-jurídica da parceria entre a Rússia e El Salvador”.
Já no Peru, deve-se dar atenção à ampliação da cooperação comercial-econômica com o país sul-americano. “É importante alcançar volumes do comércio bilateral dignos do potencial dos países”, explicou o diplomata. “Levando-se em consideração a participação da Rússia e do Peru na APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), um dos pontos da agenda será o reforço do relacionamento do âmbito da organização”.
“A Venezuela é um dos parceiros-chave da Rússia na América Latina. Estamos satisfeitos com o andamento dos projetos conjuntos no setor do petróleo, gás e energia. E vamos evoluir na área de construção de casas populares na Venezuela. Além disso, existem consideráveis perspectivas no domínio da construção de automóveis, agricultura e pesca”, garantiu o representante oficial do Ministério russo das Relações Exteriores. “Do nosso ponto de vista, também é positivo a evolução dos acordos nos campos de cooperação militar e técnica”, acrescentou Lukashévitch.
Polêmica militar
Referindo-se à tão falada “militarização” da América Latina e da bacia das Caraíbas, bem como ao fornecimento de armamentos russos a uma série de países – em especial, a Venezuela – o diplomata salientou que essas afirmações não têm fundamento. “As despesas militares médias das nações da América Latina não superam 1,5% do seu PIB total”, comentou.
Com despesas militares equivalentes a 1,3% do PIB, a Venezuela não é líder no que se refere a esse indicador: o primeiro lugar pertence à Colômbia, que gasta 4%; na sequência, estão o Chile, (3,4%) e o Brasil (1,5%). “Também se sabe que, em relação à região, não se introduziram restrições ou sanções do Conselho da Segurança da ONU em relação à aquisição de material militar”, concluiu Lukashévitch. “Os produtos vendidos pela Rússia não pertencem ao setor de armamentos de ataque. A se julgar por seus parâmetros técnicos, são puramente defensivos”.
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O artigo exclusivo do Ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergêi Lavrov.
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