Foto: PhotoXpress
O Strelka é uma organização filantrópica que existe há dois anos e sempre se esforçou por respeitar as exigências ecológicas. Em suas instalações, utiliza-se ao máximo a luz natural, lâmpadas econômicas e torneiras que economizam água. A documentação é eletrônica e o consumo do papel, mínimo. Apesar disso, a transição aos padrões verdes e a preparação da certificação levaram seis meses para serem finalizadas.
As dificuldades para realizar esse processo, conta Natália Dubovik, coordenadora dos programas públicos do Strelka, surgiram logo no início. “Começamos a praticar a coleta separada de lixo. Passado algum tempo, verificou-se que a empresa que transportava os detritos juntava tudo novamente no recolhimento. Tivemos que procurar outra. Além disso, notamos que era difícil comprar na Rússia cestos de lixo propícios para a separação de material, com caixas triplas. Tivemos que encomendá-los na Itália”, diz.
“Somos uma organização muito pequena. Sozinhos, dificilmente conseguiremos mudar algo”, diz o presidente Iliá Oskolkov-Tsentsíper. “Mas a nossa iniciativa pode entusiasmar outras pessoas.”
Três anos antes do início dos XXII Jogos Olímpicos de Inverno, em Sôtchi, a companhia de seguros Ingostrakh, um dos patrocinadores do evento, abriu um ecoescritório na cidade. O local foi totalmente montado com materiais ecológicos. As luzes são fluorescentes e de LED e o sistema de energia elétrica possui controle automático. O fornecimento de calor é regulado, assim como o consumo de água, e a coleta de lixo é separada.
“Para calcular o impacto econômico dessas mudanças, precisamos de dados estatísticos, por exemplo, no que diz respeito ao consumo da água e energia elétrica durante pelo menos meio ano. No entanto, a experiência mundial prova que, em seis meses, as despesas gastas podem ser recuperadas”, diz Tatiana Kovaliova, funcionária da empresa, ao ser perguntada sobre os custos dessas transformações no escritório em que trabalha.
A
UPECO começou o projeto Escritório Verde em novembro de 2009, durante a crise
econômica que afetou a Rússia. Inicialmente, a companhia decidiu economizar
papel; depois, passou a controlar o consumo de água e energia elétrica. No
escritório, fixou-se cartazes com frases como "poupem energia elétrica!"
e "antes de sair, apague a luz!".
Atenção especial foi dedicada à utilização dos talheres de plástico. A empresa,
que possui 110 funcionários, calculou que, no início do projeto, jogava-se fora
cerca de 500 copos de plástico por dia – 11.500 por mês, 124.500 por ano! Por
isso, introduziu-se a política de não se usar o material um dia por semana. Durante
um ano e meio, o consumo do produto foi reduzido em cinco vezes!
No início, as inovações provocaram resistência na UPECO. Diversos argumentos contra as medidas de economia eram ouvidos nos corredores da empresa: um deles, que a renúncia aos copos de plástico resultaria no aumento do consumo de água e, por consequência, a contaminação da natureza com detergente. Pouco a pouco, as pessoas se adaptaram à situação. Afinal, a vontade de obedecer a padrões ecológicos era mais importante que as reclamações de eventuais insatisfeitos.
Durante duas semanas, os funcionários da filial russa do banco Barclays realizaram a experiência de calcular as consequências econômicas de se trabalhar de um modo ecológico. O escritório da instituição funcionou uma semana de maneira usual e, na outra, com empenho máximo na economia de recursos: as válvulas de água foram fechadas; os computadores, desligados; e assim por diante. Os resultados coletados foram um potente argumento a favor da ecologia.
Por conta disso, na instituição, lâmpadas econômicas e sensores de movimento nos mictórios foram instalados. O número de impressoras foi reduzido e os aparelhos agora estão em cada andar, longe dos escritórios. Os funcionários também aderiram às práticas sustentáveis, conservando com cuidado o gramado no lado externo do escritório. No ano passado, inclusive, plantaram uma árvore no local.
De que todas essas iniciativas se tratam: da mera necessidade de se reduzir despesas ou de se preocupar com o futuro do planeta? “Procuramos não utilizar a palavra ‘economizar’, que é incômoda”, diz Roman Sáblin, gerente da GreenUp, agência de consultoria econômica que colaborou com o Strelka na obtenção de sua certificação ecológica. “Falamos de utilização responsável e racional dos recursos. Dizemos que o ecoescritório é eficiente, pois analisa os seus mecanismos internos à procura de desperdícios da energia e dinheiro.”
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