Tragédias abalam Rússia e mobilizam governo

Foto: RIA Nóvosti

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Dois desastres abalaram os russos nos últimos dias: mais de cinquenta turistas russos continuam desaparecidos após um barco de 56 anos ter afundado no rio Volga, no último domingo (10); um dia depois, um pequeno avião de passageiros caiu em um rio na Sibéria, matando seis pessoas. Em reação, o presidente Dmítri Medvedev decretou um dia de luto no país e garantiu que o governo tomará atitudes radicais contra as violações de segurança que provocaram esses acidentes.

Na primeira tragédia, o navio turístico Bulgaria afundou em poucos minutos enquanto fazia um cruzeiro próximo à cidade de Cazã. Entre os passageiros da embarcação, havia dezenas de menores de idade, muitas delas aguardando o início das atividades no salão de entretenimento. A equipe de resgaste teme que nenhuma delas tenha sobrevivido, já que não houve tempo suficiente para evacuar o barco.

O Ministério para Situações de Emergência anunciou que havia 208 pessoas a bordo. Helicópteros e lanchas com 50 mergulhadores estão no local à procura de corpos e possíveis sobreviventes – cerca de 80 pessoas foram resgatadas e há pouca chance de encontrar mais gente com vida. Em razão do acidente, o presidente russo Dmítri Medvedev decretou luto nesta terça-feira (12).

Em entrevistas, sobreviventes contaram que o barco havia se tornado um grande caixão de metal. O canal de televisão russo Russia Today noticiou o caso de um garoto de cinco anos de idade que perdeu sua mãe e teve a avó salva por um homem, cuja mulher grávida havia morrido no acidente.

Outro homem, não identificado na reportagem, afirmou que tinha perdido a família inteira e tinha receio de que todas as crianças presentes na sala de música e jogos tenham morrido. Segundo ele, duas embarcações passaram o Bulgaria antes de o terceiro navio parar.

Mais tristeza

 

Na segunda-feira (11), um dia após o barco afundar no rio Volga, um avião caiu em um rio na Sibéria. Antes do acidente, o piloto havia anunciado que um dos motores da aeronave estava em chamas. Seis pessoas morreram e 30 estão feridas.

As duas tragédias, ocorridas em um curto intervalo de tempo, levaram o presidente Dmítri Medvedev a cobrar uma investigação de segurança em larga escala, por todo o país. Ao mesmo tempo, autoridades locais começaram a checar todos os barcos e navios em busca de possíveis falhas.

De acordo com os investigadores, o motor esquerdo do barco, construído em 1955, já estava quebrado quando deixou o porto. Além disso, o número de passageiros excedia o limite de capacidade da embarcação. “O número de barcos velhos e desgastados na Rússia está fora de controle”, disse Medvedev, incitando os investigadores a descobrir por que o Bulgaria estava em operação. Segundo o presidente, todos os proprietários de navios e barcos mais antigos devem realizar manutenção e reparos essenciais ou aposentar suas máquinas.

As tragédias, bem como a recente série de acidentes fatais envolvendo aeronaves, geraram diversas críticas por parte dos parlamentares russos, que cobraram do governo medidas energéticas no que diz respeito à melhora da segurança nos transportes. Uma delas foi tomada nesta segunda-feira (11): o presidente Dmítri Medvedev determinou que os turboélice Antonov An-24, construídos no período soviético – tipo de avião que tentou aterrissar sobre o rio na Sibéria – devem ficar permanentemente em solo. 

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