Foto: RIA Nóvosti
Na primeira tragédia, o navio turístico Bulgaria afundou em poucos minutos enquanto fazia um cruzeiro próximo à cidade de Cazã. Entre os passageiros da embarcação, havia dezenas de menores de idade, muitas delas aguardando o início das atividades no salão de entretenimento. A equipe de resgaste teme que nenhuma delas tenha sobrevivido, já que não houve tempo suficiente para evacuar o barco.
O Ministério para Situações de Emergência anunciou que havia 208 pessoas a bordo. Helicópteros e lanchas com 50 mergulhadores estão no local à procura de corpos e possíveis sobreviventes – cerca de 80 pessoas foram resgatadas e há pouca chance de encontrar mais gente com vida. Em razão do acidente, o presidente russo Dmítri Medvedev decretou luto nesta terça-feira (12).
Em entrevistas, sobreviventes contaram que o barco havia se tornado um grande caixão de metal. O canal de televisão russo Russia Today noticiou o caso de um garoto de cinco anos de idade que perdeu sua mãe e teve a avó salva por um homem, cuja mulher grávida havia morrido no acidente.
Outro homem, não identificado na reportagem, afirmou que tinha perdido a família inteira e tinha receio de que todas as crianças presentes na sala de música e jogos tenham morrido. Segundo ele, duas embarcações passaram o Bulgaria antes de o terceiro navio parar.
Na segunda-feira (11), um dia após o barco afundar no rio Volga, um avião caiu em um rio na Sibéria. Antes do acidente, o piloto havia anunciado que um dos motores da aeronave estava em chamas. Seis pessoas morreram e 30 estão feridas.
As duas tragédias, ocorridas em um curto intervalo de tempo, levaram o presidente Dmítri Medvedev a cobrar uma investigação de segurança em larga escala, por todo o país. Ao mesmo tempo, autoridades locais começaram a checar todos os barcos e navios em busca de possíveis falhas.
De acordo com os investigadores, o motor esquerdo do barco, construído em 1955, já estava quebrado quando deixou o porto. Além disso, o número de passageiros excedia o limite de capacidade da embarcação. “O número de barcos velhos e desgastados na Rússia está fora de controle”, disse Medvedev, incitando os investigadores a descobrir por que o Bulgaria estava em operação. Segundo o presidente, todos os proprietários de navios e barcos mais antigos devem realizar manutenção e reparos essenciais ou aposentar suas máquinas.
As tragédias, bem como a recente série de acidentes fatais envolvendo aeronaves, geraram diversas críticas por parte dos parlamentares russos, que cobraram do governo medidas energéticas no que diz respeito à melhora da segurança nos transportes. Uma delas foi tomada nesta segunda-feira (11): o presidente Dmítri Medvedev determinou que os turboélice Antonov An-24, construídos no período soviético – tipo de avião que tentou aterrissar sobre o rio na Sibéria – devem ficar permanentemente em solo.
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