A preparação para o lançamento da Bulava/Foto:Divulgação
Os 14 testes anteriores do foguete haviam sido feitos a partir de outro cruzador submarino, o Dmítri Donskoi (projeto 941U, código Akula – Typhoon, segundo a classificação ocidental). Desses, poucos foram totalmente bem-sucedidos: cinco obtiveram sucesso parcial e sete, o fracasso total e absoluto.
O lançamento deveria ter sido feito há mais de seis meses, mas não aconteceu. Na época, as autoridades alegraram que os marinheiros decidiram não se arriscar a percorrer o canal que liga a fábrica ao mar, que tinha difíceis condições climáticas, estando coberto de gelo.
A desculpa pareceu esfarrapada aos olhos dos especialistas, visto que o submarino pode ser utilizado nos extremos dos polos, sob o gelo ártico e até, se for necessário, emergir em mares congelados ou criar aberturas com o seu casco ou com o uso de torpedos. Além disso, durante o inverno, colocaram-no na doca seca para a realização de consertos, o que foi mais uma prova de que o cruzador, ou a Bulava, não estava pronto para os testes.
O sucesso da iniciativa foi importante por vários motivos. Em primeiro lugar, comprovou-se aos céticos que o foguete pode ser usado pela Marinha (segundo declarações de altos funcionários do governo e do ministério da Defesa, o número dos lançamentos deve chegar a cinco ou seis). Mais ainda, revela que o complexo militar-industrial russo, apesar de todos os seus problemas, é capaz de criar novos submarinos e foguetes estratégicos, que são a base do arsenal nuclear russo.
Segundo a Marinha, os submarinos nucleares do projeto 955, assim como as naves do projeto 955А/ 955U, devem ser em 2018 o principal trunfo das forças navais do país. Nesse ano, deverão ser retirados de circulação os submarinos dos projetos Kalmar e Murena (Delta III e Delta-IV, segundo a classificação da ONU), que hoje estão em serviço.
No total, oito submarinos Borei serão construídos pelas Forças Armadas russas. Neles, o segundo e o terceiro cascos deverão ter entre 16 e 20 foguetes Bulava – até o momento, o submarino Iúri Dolgorúki possui apenas 12.
- O foguete Bulava-30 R-30/3ZM30, de três estágios e com combustível liquido, ou RSM-56 (SS-NX-30, segundo a classificação ocidental), foi criado pelo Instituto da Engenharia Térmica de Moscou (MIT), com Iúri Solomonov como projetista-chefe.
- É destinado para o uso em porta-foguetes submarinos e carrega até dez blocos nucleares supersônicos de orientação individual, capazes de modificar a altura e a direção do voo e de golpear objetos inimigos à distância de até oito mil quilômetros.
- O foguete tem peso de lançamento de 36,8 toneladas e 1150 kg de peso lançado. Seu comprimento no contentor de lançamento é de 12,1 m e o diâmetro, de 2 m.
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