Foto:Reuters/Vostock photo
A TNK-BP deve empreender um novo projeto internacional. Nos corredores da joint-venture britânica e russa, discute-se a possibilidade de adquirir junto à petrolífera brasileira HRT 45% de participação em 21 blocos localizados na Bacia do Solimões, na região Norte do Brasil, destinados à extração de petróleo e gás natural. Na transação, a multinacional quer gastar até US$ 1 bilhão.
Fontes garantem que o conselho diretivo da TNK-BP foi informado a respeito da negociação e a transação será aprovada se o custo do pacote não exceder a cifra bilionária. No início da transação, a direção da companhia propôs restringir o valor gasto para US$ 1,3 bilhão. Entretanto, a joint-venture, a AAR (representante dos acionistas russos da empresa) e a BP não comentam o assunto.
Antes de a negociação ser concretizada, a petrolífera brasileira deve exercer a opção de compra de 45% de participação na exploração da Bacia do Solimões junto à parceira comercial Petra Energia, detentora dos direitos – a empresa entrou no projeto em 2008 como investidor financeiro, mas decidiu vender a sua fatia. Comenta-se que as negociações com a TNK-BP devem ser concluídas muito em breve. Mas, se a HRT não conseguir comprar a fatia de seu parceiro, os ingleses e os russos estão dispostos a começar a negociar diretamente com a Petra, embora essa atitude possa gerar atritos com a outra companhia.
Pouco se sabe a respeito do potencial das fontes pelas quais a TNK-BP demonstra tanto interesse. Inicialmente, o projeto foi administrado pela HRT, criada por antigos executivos da Petrobras, estatal que possui grande experiência de trabalho na região. A joint-venture calcula que ali existem dois bilhões de barris de petróleo. Tampouco se sabe como será disposta a estrutura de armazenamento. “A multinacional, evidentemente, está interessada pelas jazidas brasileiras de petróleo”, diz uma das fontes do Kommersant junto à companhia.
Na empresa, porém, já se fala que o projeto pode perfeitamente ser comparável às principais iniciativas da TNK-BP em termos de efetividade. Os gastos de capital podem ser da ordem de US$ 9,2 bilhões, enquanto os investimentos girarão em torno de US$ 14 bilhões, incluindo-se a construção de dutos de petróleo. Para o transporte do material, poderão ser utilizados os dutos pertencentes à Petrobras. O operador do projeto, por sua vez, ainda não foi definido. “Essa questão ainda não foi discutida. Por ora, a configuração do negócio em si é mais importante”, garante a fonte do Kommersant.
Ao longo do último ano, a TNK-BP tem ampliado suas atividades no mercado. No início de abril, a empresa assinou um acordo com a BP para a compra de 35% da produção de gás na região 06.1 da plataforma continental do Vietnã. Nela, estão incluídos os depósitos de Lan Tay e Lan Do, 32,7% dos dutos e do terminal de Nam Com Son e 33,3% da estação de energia elétrica de Phu My 3.
Na Venezuela, a joint-venture está adquirindo cotas de exploração de empresas locais: 40% da Petroperija, cuja extração gira em torno de 650 mil toneladas de petróleo ao ano, 26,6% da Boqueron (375 mil toneladas/ano), e 16,67% da PetroMonagas (5,5 milhões de toneladas/ano). A soma total da negociação deve ser de US$ 1,8 bilhão. Também no país sul-americano, a TNK-BP possui uma fatia do Consórcio Nacional de Petróleo, que controla 40% do projeto de extração do campo de petróleo Junin 6.
Atualmente entre os que crescem mais rapidamente no mundo, o mercado brasileiro de petróleo deverá ser o mais importante para a manutenção dos níveis da produção no mundo, diz o analista da VTB Kapital Lev Snikov. Por isso, as autoridades locais iniciaram há alguns anos uma grande campanha de estímulo a investimentos de companhias estrangeiras no setor.
Estima-se que as reservas do país estejam na casa dos 12 milhões de barris. Contudo, se a TNK-BP pagar US$ 1 bilhão por sua participação no projeto, mesmo que as reservas sejam exploradas integralmente, o volume dos investimentos será de aproximadamente $20 por barril, uma cifra bastante substancial. Trata-se pelo menos do dobro da quantia aplicada em projetos mais complexos em outros países, considera Valeri Nesterov, analista de óleo e gás da Troika Dialog, maior banco privado de investimentos da Federação Russa. De acordo com ele, as condições para a extração na região amazônica são muitas adversas, similares às da Sibéria Oriental.
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